“A tecnologia tem que ser vista como meio, não como fim. O consumidor e o distribuidor sempre terão que estar próximos, senão o ato da compra não se concretiza, e a tecnologia vai ser instrumento para isso”

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Dando continuidade as nossas entrevistas semanais, essa semana batemos um papo com exclusividade com o Presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo. Nesse meio tempo, falamos sobre tecnologia, seguro pirata e do evento mais esperado do ano: O Conec, que nesta edição vai contar com a participação dos funcionários das corretoras de seguros nas plenárias.

Ao citar a tecnologia, percebemos a seriedade do Camillo ao afirmar que a tecnologia precisa ser vista como um meio, não como fim para o consumidor e o distribuidor. O executivo destacou que ambos precisam estar próximos de forma constante. Confiram a forma na qual o executivo respondeu nossas perguntas!

 

Panorama Seguro:  Vamos iniciar a entrevista falando um pouco sobre Tecnologia. Percebemos que o ano de 2017 foi um marco para a categoria, a respeito da ampliação dos novos aplicativos, as soluções tecnológicas em ascensão nas seguradoras e até mesmo na expansão das Insurtechs. Como o senhor visualiza esse cenário, onde o corretor precisa se atualizar e principalmente se adaptar a essas mudanças?

 Camillo – Assim como em outros setores, para estar presente junto ao consumidor moderno foram criadas uma série de situações novas e hoje em dia o foco é estar presente junto ao consumidor pelos meios eletrônicos. O corretor de seguros tem que se adaptar a essa realidade, de maneira gradativa: à medida em que o consumidor for se inserindo mais profundamente no meio digital, esta será a nossa tendência. É uma revolução gigante pela qual passamos. No entanto, os números de vendas de seguros pela internet ainda deixam todos em dúvida sobre o quanto isso vai avançar mesmo. Temos que estar presentes nos canais eletrônicos, mas a efetividade desses negócios ainda é uma incógnita tanto para o corretor como para o consumidor também. Seguro é um produto de características próprias, é intangível e não é aspiracional, por isso é difícil imaginar um consumidor que tenha o desejo de adquirir um seguro e entre na internet para comprar, sem que haja a consultoria de um corretor.

 

Panorama Seguro:   A tecnologia está sendo a mola propulsora do trabalho dos corretores e das empresas corretoras de seguros. Dá pra perceber que todos hoje em dia além de serem multiconectados, estão cada vez mais próximos de sistemas e aplicativos que facilitam todo o trabalho, desde o início da negociação ao fechamento da venda de seguros. De acordo com o andamento da progressão tecnológica no mercado segurador, qual a sua opinião em relação à importância da aproximação do corretor com o segurado? A tecnologia distancia ou facilita essa ligação entre ambos?

 Camillo – A tecnologia tem que ser vista como meio, não como fim. O consumidor e o distribuidor sempre terão que estar próximos, senão o ato da compra não se concretiza, e a tecnologia vai ser instrumento para isso. Ela já é usada hoje como apoio em vários momentos de venda: a venda pode ser por meio telefônico ou presencial e depois o corretor envia um documento para assinatura, um comprovante, ou qualquer coisa por meio eletrônico. Pode-se coletar informações num site de uma corretora para depois desenvolver cálculos, isso já é usado e assim será no futuro. O que está em questão é o fato de o consumidor poder entrar num ambiente digital e ter o ciclo perfeito de compra: pesquisar, consultar, cotar e comprar. Isso ainda está um pouco distante, talvez seja uma realidade para alguns produtos, mas pode acontecer tendo por trás disso o corretor de seguros, ou em sua plataforma digital mesmo. Enfim, o corretor não vai estar alijado deste processo, não precisar estar.

 

Panorama Seguro: Mudando de assunto, vamos falar das cooperativas e associações. Em 2017, foi público e notório o seu apoio e de toda a Diretoria do Sincor São Paulo ao combate dessa prática criminosa. Acompanhamos a sua participação e a do Staff nas audiências públicas em Brasília. Quais são as ações que o senhor e sua equipe planejam para dar continuidade para aniquilar de vez essa atividade, que só prejudica quem adere a um plano como cooperado ou associado?

 Camillo – O que estiver ao nosso alcance político – o apoio à criminalização das associações e cooperativas que vendem seguro sem o regramento da Susep; por força de lei, com o Projeto 3139; as denúncias dessas entidades ao Ministério Público e a conscientização junto ao consumidor – tudo isso nós vamos trabalhar. Em parceria com os seguradores nós vamos acentuar essas ações.

 

Panorama Seguro: Sabemos que a atuação dessas cooperativas e associações só prejudica o consumidor, pois na hora de pagar o sinistro e arcar com as despesas necessárias, é sempre um problema. Ao mesmo tempo, existe aquela parcela da população que não tem condições de arcar com um seguro de automóvel, devido ao alto valor em algumas localidades. Que tipo de alternativa pode ser a solução para os que não tem condições de pagar o seguro e não cair no golpe dessas denominadas associações?

 Camillo – Seguro busca garantir bens, então o valor que uma pessoa atribui a esse bem dá muito o tom de o quanto ela quer investir para ter esse bem garantido. O conceito de caro ou barato é relativo. Por sua vez, a seguradora tem que trabalhar com números que justifiquem a sua operação, e às vezes um valor que ela coloque ultrapassa e muito essa condição – não se pode cobrar, para garantir um bem, o próprio valor deste bem, tem um limite de quanto cobrar. Terá algumas situações em que não será possível trabalhar, acontece hoje e sempre foi assim, mas não quer dizer que esta pessoa vai por isso ficar à mercê de instituições ilegais, porque também não vai ficar garantido, não faz sentido. De prático, os seguradores e o mercado estão sempre procurando se adequar à realidade do consumidor, como, por exemplo, neste momento estamos debruçados sobre o seguro auto popular. Isso é uma prova inequívoca que o mercado está atento, estamos tentando produzir soluções, mas às vezes elas são um pouco mais lentas e às vezes não são possíveis mesmo, nem tudo se consegue mudar.

 

Panorama Seguro: Agora é a hora falar do evento mais esperado do ano. Entramos em 2018 e sabemos que é ano de participar do maior Congresso dos Corretores de Seguros da América Latina, o Conec. Já foi anunciada a novidade sobre a participação dos securitários no evento (no caso, colaboradores das corretoras de seguros). Conte para os nossos leitores como surgiu essa iniciativa da inscrição do Colaborador Chave.

 Camillo – Colocamos como meta chegar à casa dos 10 mil participantes no 18º Conec, porque mudamos de local e o novo espaço permite este fluxo maior de pessoas. Estabelecida a meta, fomos buscar maneiras de atingi-la,  e uma das propostas que surgiu foi ampliar as inscrições para os colaboradores das corretoras, o que já era um pleito antigo. No Anhembi já tinha um esgotamento de capacidade de público, agora no Expo Transamérica, como o espaço é maior, isso poderá ser feito. Conciliamos duas coisas: o espaço que recebe mais pessoas, e para receber mais pessoas atendemos ao pleito tanto das corretoras como dos próprios investidores das corretoras, que muitas vezes querem ter o colaborador da corretora neste evento de qualificação e relacionamento, porque é ele quem está no dia a dia da empresa, então considero uma ideia muito boa.

 

Panorama Seguro: No evento realizado em 2016, a Exposeg trouxe empresas com stand que não eram seguradoras e a participação das mesmas agregou bastante para os negócios. Essa edição também será aberta para outros segmentos? Se sim, explique a importância delas para os congressistas. 

 Camillo – Sim, será aberto para empresas prestadoras de serviços diversos, porque o setor não é composto exclusivamente por seguradoras, a cadeia produtiva toda tem uma série de coligados: profissionais de assistência, sistemas, crédito, tecnologia. O Conec está aberto a receber todas essas pessoas. O próprio dinamismo e o resultado do mercado atraem novos prestadores para o setor e podemos receber também outros interessados em expor em nosso evento, por exemplo uma empresa de consultoria, ou de contabilidade.

 

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