9/3/2021 –
A técnica já consolidada em centros oncológicos e cardíacos pelo mundo está sendo utilizada para tratamento de dores crônicas. O método é menos invasivo e permite uma rápida recuperação
A crioablação, técnica ainda pouco conhecida no Brasil, é o nome que se dá para o resfriamento extremo e rápido de uma região tecidual. O procedimento, até então utilizado em outras especialidades médicas, vem sendo utilizado para o tratamento de dores crônicas, isso porque o método congela alguns nervos periféricos que são responsáveis pela dor. De acordo com o médico André Mansano, intervencionista da dor do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, “em alguns pacientes as dores são causadas pela lesão do próprio nervo que carrega as informações dolorosas e isso, muitas vezes, é difícil de tratar apenas por meio de medicamentos”, explica o especialista.
“Para realizar a crioablação, o paciente recebe uma sedação e uma anestesia local. Com o auxílio da ultrassonografia, localizamos os nervos responsáveis pela dor, introduzimos uma agulha no local e conectamos a uma máquina que congela transitoriamente aquele nervo, diminuindo, assim, os impulsos dolorosos que estavam sendo emitidos”, detalha o médico. Ainda segundo Mansano, em vários casos de dores e lesões de nervos a técnica é indicada, “pode ser feito nas regiões da face, tórax, abdômen, membros superiores e inferiores”.
Em lesões decorrentes de um procedimento cirúrgico, por exemplo, algumas cicatrizes da cirurgia realizada podem comprimir nervos próximos, causando bastante dor. “Isso ocorre com mais frequência em cirurgias abdominais feitas por meio de videolaparoscopia, que podem atingir os nervos ilionguinal e iliohipogástrico, que passam entre duas camadas de músculo na região do abdômen”, esclarece o especialista.
Ainda de acordo com ele, a crioablação só deve ser realizada quando outros tratamentos mais conservadores não alcançam os resultados na melhora da dor. Isso inclui o uso de analgésicos e infiltrações de anestésicos e anti-inflamatórios no local. “Só em casos mais sérios, e quando as etapas anteriores falharam, é preciso pensar neste tipo de procedimento”. O congelamento não tem contraindicação e o efeito é prolongado, porém transitório, então não tem como falar em tempo de duração do mesmo. Porém, a recuperação do paciente é bem tranquila”, finaliza o Dr. André.
Mais informações: www.ageimagem.com.br
Website: https://www.drandremansano.com.br/