PMEs registram crescimento de 11,5% no primeiro trimestre

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Mantendo a tendência apontada no trimestre anterior pelo índice, as PMEs da Indústria seguiram com avanço de 15,6%, em comparação ao primeiro trimestre de 2023. O resultado reflete o próprio crescimento da demanda doméstica e a normalização das cadeias globais de produção – que tem resultado em expressiva queda de custos, sobretudo para indústrias de menor porte.

Dos 23 subsetores da indústria de transformação acompanhados pelo índice, 19 mostraram evolução entre janeiro e março/24. Destaque para ‘Metalurgia’, ‘Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados’ e ‘Fabricação de móveis’.

Serviços também têm tendência positiva no mercado de PMEs no primeiro trimestre de 2024, com crescimento de 8%. “O avanço da renda e a redução das pressões inflacionárias contribuem para a ampliação do poder de compra das famílias e das empresas, favorecendo os prestadores de serviços nos mais variados ramos de atividades do segmento”, explica Beraldi.

Sobre as atividades de maior relevância deste setor é possível mencionar ‘Atividades administrativas e serviços complementares’ (como ‘Agências de turismo’, ‘Serviços para edifícios’ e ‘Serviços administrativos para empresas’), ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas’ (que incluem destaques como ‘Atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria’ e ‘Serviços de arquitetura e engenharia’) e ‘Atividades financeiras e de seguros’.

Apesar do avanço na Indústria e em Serviços, a grande surpresa indicada pelo IODE-PMEs no início de 2024 foi a retomada do aumento de faturamento das PMEs do Comércio em termos anuais. O segmento cresceu 4,6%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado foi puxado pela retomada do ‘Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas’ (+36%) e do ‘Comércio atacadista’ (+3,5%). No atacado, destaque para ‘Produtos odontológicos’, ‘Fios e fibras beneficiados’ e ‘Bebidas’.

Já no varejo, os resultados recentes mantiveram ligeira tendência de queda (-0,4% YoY no 1T2024), sobretudo pelos dados das PMEs em março de 2024 (-6,3% YoY). Entre as com pior performance no Comércio estão ‘Artigos de armarinho’, ‘Calçados’, e ‘Mercearias e minimercados’. Por outro lado, destaca-se atividades varejistas de: ‘Vidros’, ‘Pedras para revestimento’, ‘Artigos para viagem’, ‘Cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal’ e ‘Equipamentos para escritório’.

Em Infraestrutura, as PMEs também mostraram uma inversão de tendência ao registrar avanço no primeiro trimestre de 2024 (+5,9% YoY). E se deve ao crescimento verificado nas atividades de ‘Serviços especializados para construção’ (que englobam serviços em obras imobiliárias desde a fundação até a fase de acabamento), ‘Captação, tratamento e distribuição de água’ e ‘Descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos’. Em contrapartida, as atividades de ‘Obras de infraestrutura’ e ‘Construção de edifícios’ seguiram em retração no período.

O economista observa que esse panorama setorial é diferente do observado no decorrer de 2023 – em que o desempenho do índice mostrava diferenças setoriais relevantes. “Com isso, a evolução recente das PMEs se configura novamente como um importante antecedente positivo do PIB brasileiro no período”, ressalta.

O IODE-PMEs também apresenta uma visão regionalizada do comportamento do mercado de pequenas e médias empresas no país. O índice aponta que a ascensão, do mercado foi disseminado na maioria das regiões: Sudeste (+9,7% ante o 1T 2023), Sul (+9,3%), Nordeste (+8,4%) e Centro-Oeste (+23,5%) – este último sobre uma base de comparação significativamente fraca do ano anterior. A região Norte é a única que apontou uma retração no período (-3,4%).

 Projeção para 2024 indica avanço robusto do setor

O desempenho do IODE-PMEs no início de 2024 (sobretudo no primeiro bimestre do ano) foi positivo em relação às projeções do IODE-PMEs para o período. Seguindo essa tendência de avanço, a estimativa é que o setor cresça +4,3% em 2024 ante 2023.

“Fatores importantes que viabilizaram a retomada do mercado no decorrer de 2023 seguem produzindo efeitos positivos nos últimos meses”, afirma o economista. São elas: resiliência do mercado de trabalho; redução da inflação sobre as famílias e aumento de poder de compra e a retomada do crescimento do faturamento da pequena indústria, com destaque para a normalização das cadeias globais de produção e seus efeitos sobre os custos do setor.

Outro ponto conjuntural importante é que o efeito da redução das taxas de juros fica mais evidente na economia real nos últimos meses. Quedas das taxas de juros agem no sentido de estimular o consumo e os investimentos.

O mercado espera pela queda da Selic até o final de 2024. A meta para a taxa básica de juros da economia brasileira foi definida, em março de 2024, no patamar de 10,75% (3,0 pontos percentuais abaixo da taxa vigente de 2023), com perspectivas de mercado apontando o nível de 9% até o encerramento do ano.

Para o segundo semestre de 2024, a perspectiva é de desaceleração, em relação ao desempenho recente. Beraldi explica: “há pouco espaço para uma nova tração vinda do mercado de trabalho, considerando o desemprego atual (entre 7,5% e 8,0%) e o nível elevado dos rendimentos dos trabalhadores. Além disso, não se espera ampliação de programas de incentivo à renda do governo, diante da necessidade de ajuste das contas públicas”.

Do ponto de vista setorial, a expansão do mercado de PMEs deve ser sustentada pelo pelas atividades de Serviços. Além disso, os efeitos da queda das taxas de juros devem abrir espaço para retomada consistente do crescimento do faturamento real das PMEs do Comércio, após um 2023 desafiador.

Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)

A Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa é um tipo de apuração inédita entre os negócios do segmento, atuando como um termômetro econômico das companhias com faturamento de até R$50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil. A Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 200 mil clientes*, cobrindo 678 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. As informações são deflacionadas, com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.

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