Por Rafael Rodrigues, Gerente Geral Latam do InsureMO
Após duas semanas participando de eventos diferentes, não é surpresa que a Inteligência Artificial (IA) tenha sido o centro de todas as discussões. O tema foi destaque tanto no Web Summit Vancouver, um dos maiores eventos tecnológicos do mundo; Quanto no Unqork Create, encontro promovido pela empresa pioneira em aplicações regenerativas. Posso dizer que 70% das apresentações no Web Summit foram sobre o impacto negativo e como a IA pode ser prejudicial. Os outros 30% exploraram o lado positivo e casos de uso muito legais.
Esse cenário me lembra dos anos 90 e 2000, quando todos tinham medo dos computadores e da internet. No entanto, aqueles que os primeiros obtiveram tiraram grande vantagem disso. Acredito que a solução para escolher o melhor caminho a seguir é entender primeiro o porquê, como, onde e para que a Inteligência Artificial deve ser usada.
Para debater esse tema, vou fazer uma análise separando a utilização da Inteligência Artificial para uso pessoal e para fins comerciais. No primeiro caso, imagino que a maior parte da aplicação seja em pesquisas, como fizemos com o Google. No entanto, precisamos ter em mente que a IA não é o nosso médico, personal trainer, terapeuta, consultor financeiro ou qualquer outro profissional que você normalmente pede conselhos ou consulta.
Isso nos permitirá ter acesso a informações mais confiáveis, de forma rápida e acessível, nos permitir ter condições de aprofundar o debate com esses profissionais, buscando atingir a melhor qualidade daquele serviço oferecido, fazendo questionamentos mais bem embasados, por exemplo. Em resumo, meu conselho é ‘aproveite a IA, mas não a use como seu consultor final’.
Já para fins comerciais, não acho que devemos usar a Inteligência Artificial para substituir pessoas! Como líderes, acredito que precisamos parar de falar sobre isso e começar um debate sobre como melhorar a qualidade do trabalho e a produtividade, evoluindo tempo livre para desenvolver novas iniciativas. Precisamos utilizá-la para situações que não eram possíveis antes ou em casos em que custaríamos milhares de dólares e não houvesse investimento ou tempo para fazê-lo.
Por outro lado, o uso da Inteligência Artificial traz riscos, como alucinações e preconceitos e muitos outros tipos de manipulação que podem acontecer. Por exemplo, no nosso caso específico, antes de um desenvolvedor codificar algo e pedir uma revisão por pares, há uma validação final do teste.
Então, se você estiver gerando código usando IA, precisa lembrar que será responsável também por validar, testar e fazer a revisão por pares. Você é o responsável final pelo código que gerou usando Inteligência Artificial. Se algo der errado ao final do processo, não pode simplesmente colocar a culpa na máquina. O mesmo vale para geração de conteúdo (texto, vídeo e áudio) ou qualquer outra área em que você utilize IA para apoiá-lo. Nós, como líderes e usuários, somos os validadores do resultado.
O fato é que o uso da Inteligência Artificial está mudando a maneira como vivemos e avançamos, assim como aconteceu com os computadores pessoais, a internet, os smartphones e as mídias sociais. Claro, cada um à sua maneira, com cronograma e custo de adoção diferentes.
Agora, se você me perguntar qual é a minha conclusão, vou simplesmente dizer: ‘use!’ Seja curioso, mas sempre se questione: ‘estou usando da maneira certa?’; ‘isso está me dando tempo livre de volta?’; quais os benefícios?’. O exercício ao contrário também é válido: ‘estou ficando viciado nisso?’ – uma pergunta válida, já que muitos de nós agora somos viciados em smartphones, mídias sociais e assim por diante.
E, finalmente, independentemente de qual ferramenta de IA você esteja usando, você não sabe que tipo e nível de alucinações e preconceitos ela pode ter. Então, você é responsável pelo resultado que será gerado, não pela máquina! Por isso, como eu não pedi a nenhuma ferramenta de Inteligência Artificial para revisar e melhorar este conteúdo, sinceramente espero que tenha gostado!