São Paulo, SP 10/6/2021 – “Vejo que o agronegócio pode contribuir – e muito – com a sustentabilidade.”
Com expectativa de somar R$ 1,7 trilhão no PIB durante 2020, o setor agro chama a atenção. Especialistas esclarecem que é possível atuar no nicho de forma sustentável.
De acordo com dados disponibilizados pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o setor agropecuário apresentou crescimento de 1,9% durante o primeiro trimestre de 2020 quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O número chama a atenção por conta da situação: o PIB, Produto Interno Bruto, teve retração de 1,5% de janeiro a março do ano em questão.
Diante dos dados, o IBGE declarou, em maio de 2020, que o agro era, até então, o único setor da economia que demonstrava crescimento mesmo diante da crise – e as expectativas seguiram positivas. Esperava-se uma soma de R$ 1,7 trilhão ao PIB graças ao setor.
Depois do recorde de safras atingido no ano passado, espera-se uma situação ainda melhor em 2021. Ainda citando o IBGE, espera-se uma superação de 3,2% em relação aos números anteriores.
Agro x sustentabilidade
Por mais que o agro sustente o PIB brasileiro e entregue ótimos resultados, alguns pontos pedem atenção. De acordo com dados disponibilizados pela ANA, Agência Nacional de Águas, em conjunto com a FAO, Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a cada 100 litros de água tratados no país, 72 são direcionados para o agronegócio.
Ainda assim, Mônica Marchett, sócia do Grupo Nelore Santa Mônica e responsável pela inovação no trabalho em melhoramento genético de zebuínos, diz que os setores de agro podem atuar de forma sustentável.
“Vejo que o agronegócio pode contribuir – e muito – com a sustentabilidade. Direcionar a atenção para este ponto não só favorece o meio ambiente, como também entrega maior rentabilidade econômica e equidade social”, explica. A especialista ressalta que ambos pilares devem andar juntos, uma vez que colaboram um com o outro.
Com o propósito em mente, Mônica compartilha um case em que participou recentemente: após identificar degradação no curso d’água em uma de suas propriedades, Fazenda Buriti, a Agropecuária Mônica LTDA. investiu cerca de R$ 240 mil em sua recuperação.
“Todo o processo está sendo feito por meio de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O objetivo é recuperar a Bacia Hidrográfica São Lourenço e fortalecer a consciência ambiental, valor que ganha cada vez mais espaço no mercado produtor”, explica.
O projeto está sendo desenvolvido com engenheiros, com o intuito de recuperar o solo local. “Já estamos na segunda fase de recuperação. Até aqui, já extraímos 10 hectares de soja. No lugar, plantamos árvores nativas. Agora, realizaremos o procedimento de coroamento, que é a retirada de qualquer outra planta. Isso porque eles podem acabar entrando em disputa por nutrientes. Além disso, também estamos trabalhando para correção de curso de nível, a fim de evitar a erosão do solo”, finaliza.
Website: http://www.monicamarchett.com.br