São Paulo, SP 27/4/2021 – Para que o mercado se mantenha atualizado, deverá priorizar a oferta de serviços inteligentes e amplos, assim como acessos e instalações que atendam a saúde
Voltar a viajar é um dos maiores desejos das populações confinadas pela pandemia, afirmam levantamentos recentemente divulgados
Com a pandemia do Coronavírus que alterou as rotinas das populações de todo o planeta desde o início de 2020, as pessoas de todas as nações e culturas, tiveram que mudar drasticamente seus projetos, programações e hábitos.
A pandemia foi vivenciada principalmente por meio de uma série de mudanças em suas ações e marcada pela necessária alteração de hábitos, rotinas, atividades e práticas, tais como não cumprimentar as pessoas com as mãos ou negar-lhes um abraço ou um beijo.
As circunstâncias únicas introduzidas por esta nova pandemia levaram muitos a reexaminar seus estilos e prioridades, resultando em mudanças consideráveis no modo de realização das tarefas diárias e contatos. As medidas preventivas estabelecidas por agências e secretarias sanitárias de todos os países, bem como por organizações reguladoras, que incluíram distanciamento social, fizeram com que uma fração significativa de pessoas mudasse sua rotina diária há mais de um ano. O hábito de compras nas lojas físicas, a frequência aos restaurantes, a ida aos shoppings, reuniões de negócios presenciais e viagens de negócios ou lazer, foram trocadas por compras online, trabalho home-office, comida por aplicativo, sem falar na interrupção das viagens previstas para evitar multidões, barreiras sanitárias e interações físicas.
Embora essas mudanças e adequações significativas tenham sido implementadas em muitas áreas metropolitanas e nas principais cidades do mundo, os tipos de ajustes que persistirão após a pandemia e as atividades que retornarão à situação que desfrutavam na fase pré-pandemia permanece sendo uma área nebulosa. Além disso, muito pouco se sabe sobre as percepções individuais quanto à aversão aos riscos. Também pouco se sabe sobre a efetividade das previsões sobre o “novo normal” ou dos planos para um futuro pós-pandêmico. Essas informações e previsões são necessárias para a atualização dos modelos de demanda de transporte, retomada econômica e para a projeção das rotinas de viagens internacionais, por exemplo.
Pesquisas, recentemente realizadas pela Ipespe e pela startup MindMiners, apontaram “viajar” como sendo um dos principais desejos das pessoas que se confinaram nos últimos meses. O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) mapeou os objetivos dos brasileiros para o pós-pandemia e averiguou que o principal desejo das pessoas é, de fato, viajar (25%), superando, por exemplo, o desejo de comprar uma casa (23%) ou mesmo um carro (11%). Outro levantamento importante foi feito pelo IBM Institute for Business Value. O instituto consultou 15 000 adultos em diversos países, inclusive no Brasil. O resultado é similar: voltar a viajar despontou como sendo o principal desejo das pessoas entrevistadas.
O desejo de voltar a viajar é revelado também em pesquisas como a que foi divulgada recentemente pela empresa Agoda em sua sondagem global online chamada ‘What Matters 2021’ com mais de 16.000 adultos. A plataforma digital descobriu que uma em cada três pessoas deseja brevemente poder passar mais tempo de qualidade com seus entes queridos este ano, seguido por poder viajar sem impedimentos. Os entrevistados com 55 anos ou mais desejam prioritariamente viajar sem impedimento. Os resultados também mostraram que, globalmente, as pessoas querem viajar de forma diferente, de férias com amigos e familiares.
Diante do desejo de viajar, empresas ligadas ao turismo acreditam que as pessoas farão escolhas de viagens mais seguras e ponderadas. É o que diz Ricardo Mendonça da Next Seguro Viagem, agência paulistana especializada na venda de Seguro Viagem. De acordo com ele “os turistas do pós-Covid provavelmente estarão menos dispostos a correr riscos ou a viajar sem garantia de proteção ou suporte médico. Tais viajantes terão expectativas muito maiores dos provedores de serviços de hospedagem, assim como exigirão maiores padrões das cias aéreas e serão muito mais exigentes de um modo geral”.
De acordo com Mendonça “para que o mercado se mantenha atualizado, deverá priorizar a oferta de serviços inteligentes e amplos, assim como acessos e instalações que atendam ao bem-estar, saúde, proteção e conforto dos viajantes. As empresas do segmento de turismo precisam, doravante, se concentrar em altos padrões de higiene e de suporte, pois os turistas exigirão e buscarão tais coisas”.
Os primeiros sinais desta tendência já são visíveis. A expressão “viagem segura” recebeu um salto nas buscas no Google nos últimos 12 meses, no Brasil, de acordo com os dados disponíveis na plataforma Google Trends. Em função do cenário pandêmico, os pretensos viajantes de todo o mundo, estão agora inclinados ao turismo seguro, após mais de um ano vivendo com limitações de deslocamento e restrições. Mendonça destaca ainda que “provavelmente, o turismo será retomado com mais foco nas pessoas do que nos destinos. Após o encerramento das medidas de distanciamento social, as pessoas tenderão a usar as viagens para reatar relacionamentos existentes e rever entes queridos que vivem no estrangeiro. É previsível uma explosão do turismo voluntário, dos intercâmbios estudantis, viagens para expansão e recuperação de negócios e para reencontrar amigos”.
Website: http://www.nextseguroviagem.com.br