Histórias de reis e rainhas fazem parte do imaginário popular

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13/4/2021 –

Talk show exibido pela CNN discute a influência das histórias de reis e rainhas no imaginário popular, com a participação do doutor em Comunicação Renato Vieira

Em 30 (terça) de março foi ao ar o CNN Tonight sobre as Histórias Reais, talk show que trouxe como convidado o professor Renato Vieira, especialista em Comunicação e Marketing e docente dos cursos de graduação da Faculdade Phorte, e teve como apresentadores Gabriela Prioli, Leandro Karnal e Mari Palma.

Durante o talk show, os contos de fada e a história da realeza britânica foram abordados, com base na pesquisa de doutorado do Prof. Renato, que deu vida ao livro God Save the Queen: O imaginário da Realeza Britânica na mídia.

“Eu inicio o meu livro com uma frase: ‘Engana-se quem acha que isso não tem qualquer importância ou não faça qualquer sentido’. A monarquia é sonho e faz parte do imaginário das pessoas”, comenta o professor Renato.

A realeza britânica historicamente influenciou a humanidade e os modos de existência e de configuração societária. Assim como muitos dados cotidianos, a família real do Reino Unido também é uma construção narrativa, utilizando recursos ficcionais – ou seja, algo imaginado pelo ser humano.

“A intensa exposição midiática da Família Real é a construção e exercício do poder suave e da influência do Reino Unido, no mundo, que ocupou o lugar da antiga posição do Império Britânico na geopolítica global”, expõe o prof. Renato.

Essa influência das histórias de reis e rainhas começa desde cedo, ainda na idade infantil, em momento de alfabetização, com a introdução aos contos de fada clássicos e, hoje em dia, revisitados com inserções sobre o mundo contemporâneo, mas sem perder a essência.

Essa midiatização e a transformação da família real em midiática é um processo histórico, segundo o professor Renato, que vem sendo construído ao longo dos séculos, e que provoca grande influência no imaginário das pessoas.

“A fotografia, em meados do século XIX, começa a retratar cenas que dizem respeito à família real. Então, trazem ao grande público o que acontecia nos palácios e como conviviam as famílias reais. […] À medida que os tablóides vão surgindo – isso tem a ver com a história da comunicação – isso se torna mais disseminado ainda”, comenta o professor Vieira.

Nesse sentido, a história dos meios de comunicação de massa também caminha lado a lado com a história da midiatização das famílias reais e sua penetração no imaginário das pessoas.

São os atos e rituais que formam a família real. Como o professor Renato salienta: “Têm uma gestação, nascimento, batizado, casamento. Então, você passa a vida inteira em rituais que alguns vão dizer que dizem respeito ao ambiente exclusivo da família real, e também, com aquelas grandes cerimônias públicas, porque o sistema é monárquico”.

Assim, entre rituais e grandes acontecimentos mediatizados, a família real foi contando sua história e criando suas próprias narrativas, até que esses mesmos rituais virassem um fenômeno mundial, acompanhado por milhões de pessoas ao redor do globo.

De acordo com o The Daily Telegraph, cerca de 3 bilhões de pessoas assistiram ao casamento da atriz Meghan Markle e do Príncipe Harry, somando TV e internet, um recorde de audiência dos casamentos reais.

Assim, a vida da família real britânica, e das diversas famílias reais pelo mundo, é vista como um espetáculo e acompanhada por uma legião de pessoas, desde as coberturas midiáticas sobre o seu cotidiano, até mesmo as diversas representações na ficção.

Essa narrativa fantasiosa e ficcional, baseada em dados sobre a realeza, e mundos com princesas, príncipes, reis e rainhas, permeia a vida de muitas pessoas, desde a infância até a fase adulta, com filmes, séries e livros, fazendo parte da bagagem cultural de muitas pessoas.

Como exemplo adaptações de séries como o The Crown, citada por Mari Palma durante a entrevista, mas também grandes obras literárias de ficção fantasiosa, como por exemplo, O Senhor dos Anéis, que rendeu uma premiada franquia de filmes.

“A Realeza Britânica no sentido de que é a marca mais valiosa do povo britânico. Atrai os olhos do mundo para o país, leva milhões de turistas, capta bilhões de libras em receitas, consegue manter o país no noticiário do mundo inteiro e é exemplo de marketing político e institucional. Ou seja, é um exemplo de marketing e mídia em todos os sentidos”, afirma o professor Renato.

Contudo, abordar esses processos de influência midiática sob o olhar das técnicas comunicativas, de marketing e de consumo possibilita olhar para a influência da família real e das histórias reais por outra perspectiva.

 

Website: https://www.faculdadephorte.edu.br/

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