Distúrbios de aprendizagem são desafios para crianças e famílias

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14/6/2021 –

Distúrbios podem ser identificados por pais e professores quando a rotina educacional da criança não está de acordo com o esperado

Em 2018, o pequeno Filipe Soares iniciou o 1º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, etapa em que as crianças começam o processo de alfabetização. Sua mãe, Lívia Soares, notou que ele estava com um aprendizado mais lento do que o esperado e com dificuldades na fala. Com o apoio da escola e de profissionais veio o diagnóstico: dislexia. “A reunião no Colégio Sigma foi um momento muito difícil, pois nós sofremos pelos nossos filhos. Tínhamos medo que ele sofresse bullying e não imaginávamos como poderia ser o futuro dele”, afirma Lívia.

Cada criança tem um ritmo e uma rota de aprendizagem que merecem ser respeitados e avaliados. Porém, durante esse processo, elas podem apresentar algumas dificuldades cognitivas, que implicam na absorção do conhecimento teórico de determinadas matérias da formação escolar. Essas dificuldades são consideradas distúrbios de aprendizagem.

Os principais distúrbios são:

-Dislexia: dificuldade no reconhecimento das palavras e na decodificação e soletração das mesmas.

-Disgrafia: dificuldade na elaboração da linguagem escrita. O aluno também apresenta um léxico aquém do esperado, confunde o uso de letras maiúsculas e minúsculas e outros.

-Discalculia: dificuldade de aprender tudo o que está relacionado, direta ou indiretamente, com questões numéricas, como operações, conceitos e aplicação.

-Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): caracterizado pela falta de atenção involuntária, principalmente se o tema não for de interesse. Além disso, geralmente, o aluno quer realizar diversas atividades ao mesmo tempo.

Esses distúrbios podem ser identificados por pais e professores quando a rotina educacional da criança não está de acordo com o esperado. “É normal que qualquer aluno tire uma nota baixa ou tenha mais dificuldade para aprender determinados conteúdos, mas a continuidade dessa situação pode mostrar algo que precisa ser analisado de forma mais minuciosa”, comenta Carol Darolt, diretora da unidade da 912 Sul do Colégio Sigma. “Também é importante que os pais procurem por um profissional para um diagnóstico clínico”, afirma.

Lívia conta que após receber o diagnóstico de Filipe, alinhou uma estratégia com orientação pedagógica da unidade de Águas Claras do Colégio Sigma e com a clínica onde o filho faz o acompanhamento. “A escola recebeu os profissionais da clínica e juntos debateram o caso”, afirma. “Foi uma união entre escola e a família”, reiterou a mãe.

Essa parceria das famílias na construção de Planos Educacionais Individuais junto ao Serviço de Orientação Educacional (SOE) é essencial no processo de desenvolvimento. “Esse trabalho em conjunto nos ajuda a entender a dificuldade do estudante e eles são tratados dentro de suas particularidades”, afirma William Pinheiro, diretor da unidade da 606 Norte da escola.

Isabella Nogueira, coordenadora do Ensino Fundamental – Anos Iniciais da unidade Águas Claras, aponta que o acompanhamento dos alunos é feito de forma personalizada. “Entendemos cada criança como única, mesmo apresentando um distúrbio de aprendizagem que carrega características físicas, psíquicas ou comportamentais, cada criança está inserida em um contexto que a faz diferente de todas as outras”, afirma. “Nós oferecemos orientações pedagógicas e traçamos estratégias diversificadas, tendo como ponto de partida o próprio aluno, identificando seus interesses e necessidades a fim de refletir e flexibilizar o currículo, desenvolvendo uma dinâmica colaborativa envolvendo profissionais da escola, profissionais do atendimento especializado e família”.

Filipe recebe todo o apoio da escola. Hoje, com 9 anos, está no 4º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais e conta com uma leitora para realização das avaliações, que, assim como as atividades propostas, são adaptadas. Os deveres de casa são diferenciados “e esse ano, pela primeira vez, ele começou a fazer as atividades sozinho. Ele só me chama quando tem muita dificuldade para ler. É uma vitória muito grande para ele”, conta emocionada.

Lívia também aponta que durante o período de aulas remotas ficou com receio de o filho retroceder no tratamento. “O disléxico não tem muita paciência para ficar lendo na tela. Ele teve muita dificuldade”, lembra. “Mas a escola não o abandonou. As orientadoras sempre o convidavam para os plantões de dúvidas. Não foi fácil, mas com a ajuda delas conseguimos atravessar esse momento”.

Isabella ressalta a importância de ter esse olhar diferenciado para os estudantes e para a família nesse momento. “É nesse processo de acolher e entender as particularidades de cada um que as estratégias se tornam mais eficientes”, afirma. “É preciso personalizar para atender com excelência, reconhecendo progressos, limites e acolhendo as frustrações”, finaliza.

No retorno presencial, o Sigma tem promovido atividades de sondagem para mapear lacunas no processo de alfabetização e aprendizagem dos alunos, e oferece um espaço para atendimento individualizado àqueles que precisam de mediação.

Crianças que apresentam obstáculos no desenvolvimento também merecem atenção com relação às áreas de interação social, comunicação e comportamento. “Estabelecer rotinas em grupo e ajudar o aluno a incorporar regras de convívio social são atitudes de extrema importância para garantir o desenvolvimento na escola”, aponta Darolt.

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