Segurança Viária: estudo inédito sobre acidentes com moto detalha condições da ocorrência

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 O Instituto Cordial, em parceria com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), anuncia os primeiros resultados de um estudo inédito sobre sinistros com motocicletas, com o apoio da Uber. Os dados foram coletados durante mais de três meses diretamente do Centro Hospitalar do Município de Santo André (CMH), que, segundo o DataSUS, possui grande número de atendimentos a vítimas de sinistros com moto no Grande ABC. O estudo possui dados que não são contabilizados atualmente em levantamentos públicos, possibilitando ações mais precisas no combate à violência no trânsito e colocando uma nova metodologia que pode ser aplicada em outras cidades.

 

Pela primeira vez, é possível identificar informações mais detalhadas de cada ocorrência, por exemplo: se o motociclista possuía CNH, se estava a serviço ou em um trajeto pessoal, se havia consumido álcool ou outra droga e qual o tempo de experiência com a habilitação de moto. O estudo também trará dados do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e do Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, também centros de referência no atendimento de trauma de trânsito.

 

Alguns destaques da pesquisa revelam que:

 

  • 1 em cada 4 sinistros com moto envolvem motoristas sem habilitação.
  • Deslocamentos diários simples (sem relação com geração de renda) concentram quase 3 em cada 5 sinistros de moto.
  • 19% dos entrevistados haviam consumido álcool ou outras drogas antes do sinistro (nenhum deles envolvido com atividade em apps).
  • A média de tempo de CNH dos que sofreram incidentes é de 12 anos.
  • 80% dos envolvidos pilotam moto quase todos os dias.

 

“A mobilidade se transformou muito nas cidades nos últimos anos, especialmente depois da pandemia, com um aumento significativo na quantidade de sinistros com motociclistas, mas ainda pouco se compreende sobre a natureza destas ocorrências. O estudo traz informações fundamentais para aprofundar essa compreensão, apresentando dados, ainda preliminares, que podem ter grande impacto na formulação e na implementação de políticas públicas que garantam sistemas seguros de mobilidade e reduzam os sinistros de trânsito”, ressaltou Luis Fernando Villaça Meyer, Diretor de Operações do Instituto Cordial.

 

A pesquisa se aprofundou sobre pontos específicos dos deslocamentos e do momento da ocorrência, tanto em relação à infraestrutura do local do sinistro, quanto ao uso da motocicleta. Cerca de 58% das vítimas estavam, no momento do sinistro, apenas se deslocando de um local para outro para atividades pessoais, sem relação com atividades comerciais ou serviços prestados na moto, ainda que entregas com app, passeios ou entregas particulares também apareçam listados, em proporção bem menor.

Para o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, o estudo representa um importante avanço na compreensão dos fatores de risco associados aos sinistros com motociclistas e tem o potencial de influenciar positivamente as políticas públicas, além das estratégias de saúde e segurança no trânsito. “Acreditamos que essa parceria entre ciência, tecnologia e instituições é fundamental para o desenvolvimento de soluções que promovam a mobilidade saudável e contribuam para a redução dos elevados índices de morbidade e mortalidade, especialmente entre um público tão vulnerável quanto os motociclistas”.

 

O estudo apresenta também as características da via onde o sinistro ocorreu, havendo uma predominância de incidentes onde não há fiscalização eletrônica e sinalização de limite de velocidade.

 

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