Por: Richard Furck
Essa semana li e compartilhei aqui no Linkedin, um artigo muito bacana, da Barbara Rainov, que trazia insights valiosíssimos sobre autoconhecimento, RH, sobre a falibilidade de certos “processos seletivos”, e sobre auto estima, onde ela conta que foi descartada de maneira inadequada e grosseira, apenas por ter expressado admiração por um líder que ocasionalmente não fazia parte das predileções pessoais daquela “orácula seletora de pessoas” (Não vem ao caso quem era esse líder…se estiver curioso, procure o texto dela…, é muito bom!).
Esse texto deflagrou a minha semana da reflexão sobre o assunto, pois na minha história como músico, funcionário, empreendedor, consultor, e corretor de seguros, sofri, ainda sofro e compartilho das dores de inúmeros colegas, que pelos mais diferentes motivos, tiveram seus projetos de vida desacreditados e “detonados” por pessoas que por acaso do destino, estavam ali, na posição de avaliar ou de investir neles. E que, naquele momento, tinham o poder e o capital para alavancar aquela ideia ou projeto, ou não.
Claro que ninguém acerta todas, e a proporção de sucesso (ou insucesso) é amedrontadora para diversos segmentos. Veja por exemplo as chances de uma nova banda, um novo artista, uma nova loja ou aquela startup da moda dar certo. Acho que se a maioria desse certo, não se chamaria “sucesso”.
Mas na pele de quem já foi detonado tantas vezes na vida, e continua tentando, confesso que traz um grande alento a gente perceber que várias vezes, aqueles que vão te desacreditar e dizer que seu negócio, seu projeto ou sua ideia não presta são os verdadeiros cegos nessa história.
Alguns deles inclusive, deixarão essa visão tacanha como seu grande legado por terem recusado aquilo que depois, se provou um sucesso.
A foto que inspirou este artigo e que foi a “gota d’água”, mostra a dispensa cínica e arrogante feita pelo “chefão” de uma grande gravadora, ao dizer que o ROXY MUSIC “não merecia um contrato com uma gravadora importante como a Polydor”, em 1971, e pior, que o som deles era muito “experimental”, que “faltava musicalidade”, e detonou o vocal de Bryan Ferry, autor de clássicos como “Slave to love” ou “More than This”.
Esse mesmo “chefão” obtuso no lugar errado deve ter tido muito arrependimento ao ver o Roxy Music, produzir 8 discos originais, 6 discos ao vivo e mais de 10 coletâneas com milhões de discos vendidos, premiado com discos de platina em diversos países. Bryan Ferry e Brian Eno, dois de seus fundadores, influenciaram o pop dos anos 80 e 90, a revista Rolling Stone classificou a banda como um dos 100 maiores artistas de todos os tempos, e em 2019, eu realmente espero que o Sr. Hugh C. Smith, o “visionário” da Polydor tenha assistido ao vivo a banda entrar para o “Rock&Roll of fame” em cadeia mundial.
Nem sempre se aprende com o passado, pois em 1960 um engenheiro chamado Mike (também) Smith deixou seu nome na história musical como o executivo da Decca records que recusou os Beatles, mas isso é outra história. Se o tal Hugh tivesse aprendido com ele…
Bem, o moral dessa história é o seguinte: se você foi recusado por um processo seletivo conduzido por alguém que não merecia ser seu chefe, se seu projeto de vida foi descartado por algum “executivo” com dinheiro e poder demais e visão de menos, ou ainda, se sua startup foi recusada por aquele fundo porque não tinha um business plan adequado, siga tentando. A história prova que o problema pode não ser você, mas sim eles!
*Richard Furck é corretor de seguros, consultor de empresas, Coach, Mentor, Palestrante, e professor em programas de Pós Graduação e Mba. de instituições como USP-FIA, LABFIN-PROVAR, FGV, FAAP, UNIP, Escola de Negócios de Seguros. Atua há 17 anos como consultor, facilitador andragógico e designer de aprendizado nos modelos de ensino presencial e à distância, em programas de capacitação para empresas do mercado segurador como AON, Bradesco, Itau Seguros, Liberty, Lojacorr, Porto Seguro, Tex-Teleport, Segfy, Sincor-SP, Sulamerica, Tokio Marine, Yasuda, Zurich, e outras.