PIB cresce 7,7% no terceiro trimestre: especialistas comentam

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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 7,7% no 3º trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta quinta (3) pelo IBGE. O crescimento foi abaixo do previsto pelo mercado, que esperava crescimento de 8,8%, segundo estimativas.

Na comparação com o segundo trimestre, a variação é a maior desde o início da série em 1996, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas provocadas pela pandemia no 1º trimestre (-1,5%) e no 2º trimestre (-9,6%).

De acordo com Rossano Oltramari, estrategista e sócio da 051 Capital, os setores que mais de destacaram foram o setor de indústria, que subiu 14,8% em relação ao segundo trimestre, o de consumo das famílias, que cresceu 7,6%, e o comércio que cresceu 15,9% no terceiro trimestre.

“Com exceção ao setor de comércio, todos os números vieram abaixo do que esperávamos. Ainda assim, após segundo trimestre de queda muito forte, o PIB do terceiro trimeste foi impulsionado pelos estímulos governamentais, principalmente o auxilio emergencial. Mas a subida não foi suficiente para recuperar perdas do segundo trimestre”, comenta Oltramari.

Ainda segundo ele, a taxa de investimento ficou em 16,2%, pouco abaixo do esperado, mas ainda assim merece destaque: “Os investidores estão atentos aos dados que confirmam a retormada consistente da economia, o que junto a notícias positivas em relação à vacinas para a Covid-19, podem consolidar um cenário de otimismo em relação aos ativos de risco”.

Segundo João Beck, economista e sócio da BRA, um dos maiores escritórios de renda variável da XP Investimentos, anúncios de PIB são retratos do passado recente. Bolsa de valores é o inverso: preços atuais já antecipam o que pode vir pela frente.

“O crescimento do PIB e da Bolsa nem sempre andam coordenados quando se olha numa janela curta de um ano. A cotação da Bolsa de Valores atual (Bovespa) já antecipa um crescimento forte para o ano seguinte acima de 3%. E antecipou um crescimento ainda mais forte depois das notícias recentes da vacina. De toda forma, o mercado continua otimista para a Bolsa também no ano seguinte, pois empresas de setores que se beneficiam com a saída da quarentena ainda negociam em níveis depreciados, como shoppings, educação, bancos, varejo físico, hotelaria e viagens”, explica Beck.

Para 2021, segundo o economista, a perspectiva de crescimento já é alta pela base negativa de 2020. E subiu ainda mais depois do anúncio antecipado das vacinas da Pfizer e BioNTech.

“O crescimento do ano seguinte será uma briga de forças entre o fiscal e o monetário. Do lado fiscal, o governo entra machucado e endividado. Sem instrumentos de estímulo como auxílio emergencial e sem capacidade de investimentos pesados. Do lado monetário, entramos com a menor taxa de juros da história e um câmbio depreciado, que são dois fatores de estímulo”, completa Beck.

 

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