No caminho do futuro: hidrogênio verde é a principal aposta na busca de energia mais barata e menos poluente

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O hidrogênio verde tem atraído o interesse e a atenção do setor privado pelo uso de uma tecnologia que tem tudo para ser mais econômica, menos poluente e mais acessível para diversos setores da economia. Com o aumento do uso da tecnologia nova, um dos principais desafios é entender os diversos riscos associados a ela e a sua aplicação.

A Howden, corretora internacional de seguros e resseguros independente, parte do Howden Group Holdings, está à frente do assunto e conta com um time de especialistas que entende de energias renováveis e pode avaliar todos os riscos, de forma a garantir a segurança em toda a cadeia de produção, desde a planta até a entrega.

O ponto forte do trabalho desenvolvido pela empresa é que, além de prestar consultoria de gerenciamento de riscos de forma completa, faz uma análise de todo o processo, não olhando apenas a cobertura de seguros para as áreas que usam o hidrogênio verde.

”Em antecipação ao volume crescente de projetos de hidrogênio verde e para ajudar na transferência de riscos para o mercado de seguros, a Howden está desenvolvendo um produto de cobertura de seguros customizado para projetos integralizados em larga escala, visando proteger todo o patrimônio envolvido para ter segurança na operação”, explica Severin Hegelbach, Diretor Divisional de Energias Renováveis da Howden.

 O hidrogênio verde tem grande potencial como fonte de energia. Sem odor e invisível, é o mais abundante elemento do universo e pode fornecer uma fonte de energia completamente limpa. Só emite água quando queimado e pode ser produzido sem emitir gás carbônico. “Pode ser estocado, liquefeito e transportado por oleodutos, caminhões e navios e já é usado como substituto de combustíveis fósseis nas indústrias siderúrgica, petroquímica e de cimento para descarbonizar. Esse desenvolvimento está decolando para outros usos do hidrogênio: como transportador de energia e meio de armazenamento para conversão (novamente) em eletricidade, como combustível para todos os meios de transporte e como hidrogênio em células de combustível para transportes pesado em trens, aviões ou navios”, explica.

 

Afinal o que é hidrogênio verde?

Não é novidade para ninguém que a preocupação com o meio ambiente e com as mudanças climáticas se tornaram temas importantes em todas as discussões mundiais. Dessa forma, são necessárias e urgentes ações que busquem por novas fontes de energia e consigam ajudar na descarbonização da economia, ou seja, reduzir as emissões de gás carbônico. É assim que o hidrogênio tem ganhado espaço e atenção nesse processo.

O gás que é produzido nos dias de hoje, na maior parte das vezes, usa fontes de energia não renováveis e poluentes, mas há grandes chances de se expandir o uso de fontes renováveis nessa produção, e é aí que o hidrogênio verde aparece.

Com potencial para ser usado em diversas áreas, como o setor automobilístico e a indústria, os especialistas ressaltam que os custos elevados dificultam sua ampliação, mas acreditam que isso será revertido nos próximos anos já que o Brasil tem todas as condições de se beneficiar futuramente. O litoral brasileiro surge como principal oferta de interesse dessa tendência. “O Brasil é um dos países com maior potencial para geração de energia renovável do mundo. Atualmente, 48% da sua matriz energética vêm de fontes renováveis, tais como solar e eólica, que são as tecnologias mais indicadas para produzir hidrogênio verde”, comenta Hegelbach.

O uso de hidrogênio traz muitas potenciais vantagens, entretanto, o gás é altamente inflamável – o que implica cuidados na hora de gerenciar os riscos.

Vantagens 

Queima de forma limpa, liberando apenas água e energia (sem emissões de CO2).

Permite o acoplamento de diferentes setores de energia (eletricidade, fornecimento de calor e mobilidade).

Armazena mais energia por unidade de peso do que a maioria dos outros combustíveis.

Pode ser feito a partir de fontes de baixo carbono.

Pode ser usado como combustível, para transportar energia de um lugar para outro, como forma de armazenamento de energia ou como matéria-prima química.

Pode ser usado para descarbonizar setores com poucas alternativas.

Oferece benefícios mais amplos para segurança energética, estratégia industrial e qualidade do ar.

Desvantagens

Quase toda a produção hoje é de fontes de alto carbono.

Atualmente caro de produzir e as reduções de custos são incertas.

Volumoso e caro para transportar e armazenar.

Ineficiente para produzir, aumentando os custos e exigindo maior fornecimento de energia em geral.

As cadeias de fornecimento e valor para seu uso são complexas e precisam de coordenação.

Precisa de novos padrões de segurança e aceitação social.

Exigência de uma fonte abundante de água e energia.

 

Principais riscos

O vazamento de pequenas quantidades no ciclo de produção pode culminar no acúmulo do hidrogênio em ambientes com oxigênio e causar explosões ou incêndios, com alto potencial de danos aos ativos;

A produção envolve tecnologia de eletrólise, que pode ser prototípica, o que gera incertezas para o mercado de seguros;

É possível haver corrosão em tubulações, gerando riscos para a operação e necessitando de reparo dos danos;

Na produção do hidrogênio verde, por se tratar de um processo híbrido relativamente novo, alguns riscos ainda são intangíveis para o mercado de seguros, ou seja, conforme cresce o volume das operações, surgem riscos não muito conhecidos envolvendo produção,  armazenamento, logística e transporte de um gás de alta pressão.

Custos

Os custos do hidrogênio verde são altos, em torno de US$ 5 por quilo. Para ser competitivo com os combustíveis fósseis, esse valor precisa cair abaixo de US$ 1.

Segundo Hegelbach, a América Latina tem potencial para avançar na produção de hidrogênio verde porque enquanto em outros locais do mundo o custo final do hidrogênio é cerca de 10 vezes maior do que o de combustíveis fósseis, como o diesel ou a gasolina, na América Latina ele é apenas duas vezes mais caro atualmente, o que demonstraria um caminho de redução de custos, conforme aumente a escala, que logo promoveria paridade entre os custos dos combustíveis.

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