Em um novo cenário no qual as mudanças que a queda da taxa de natalidade dos últimos anos e o aumento da expectativa de vida da população impõem, é recomendável que as pessoas busquem estabelecer estratégias que visam o planejamento financeiro. Nesse sentido, a previdência privada pode ser uma grande aliada para aqueles que pensam em ter uma fonte de renda, em abrir um negócio ou até mesmo ter o dinheiro necessário para garantir a educação dos filhos. Mas, como compreender o que deve ser analisado para a contratação desse produto? O diretor da Bradesco Vida e Previdência Estevão Scripilliti explica os termos mais utilizados no mercado para tomar a melhor decisão da hora da contratação.
Segundo o executivo, é comum, por exemplo, ouvirmos a expressão “aposentadoria complementar” como sinônimo de “previdência privada”. Isso porque ela é frequentemente utilizada como um complemento à aposentadoria do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], proporcionando uma renda extra nesta fase da vida. Outro termo constantemente citado é o benefício programado, modalidade em que o contratante escolhe receber os pagamentos da previdência privada em forma de renda mensal, durante um período determinado ou ao longo da vida, proporcionando uma fonte de renda regular na aposentadoria.
Veja a seguir alguns dos principais conceitos ligados à Previdência Privada, elencados em um glossário desenvolvido pelo especialista:
PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) – Modalidade de previdência com benefício fiscal, permitindo dedução das contribuições no Imposto de Renda. Essa vantagem fiscal é uma das principais características que torna o PGBL atraente para muitas pessoas que desejam investir em uma previdência privada.
VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) – Assim como o PGBL, o VGBL é uma modalidade de previdência privada. A diferença é que, no VGBL, não há dedução das contribuições no Imposto de Renda. Em vez disso, a tributação incide apenas sobre os rendimentos na hora do resgate.
Portabilidade – A portabilidade permite que você transfira os recursos de um plano de previdência privada para outro, sem perder os benefícios fiscais e a rentabilidade acumulada. É uma forma de ajustar o plano ao seu momento de vida, adequando o risco ao seu horizonte de investimento.
Fundos de Investimento – Os planos de previdência privada são lastreados em fundos de investimento que, em geral, oferecem acesso a diversas classes de ativos, como renda fixa, renda variável e multimercados, no Brasil e mesmo no exterior. Em função dos ativos em carteira, cada fundo possui características e riscos distintos.
Perfil de Investidor – É uma avaliação da pessoa que está investindo, considerando seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e prazo de investimento. Com base nesse perfil, é possível escolher um plano de previdência privada mais adequado às suas necessidades.
Prazo de Carência – É o período mínimo que o investidor deve manter o dinheiro aplicado na previdência privada antes de poder efetuar o resgate ou portabilidade. Esse prazo pode variar de acordo com as regras do plano.
Renda Vitalícia – Opção de benefício que garante o pagamento da renda mensal ao beneficiário durante toda a sua vida, independentemente do tempo que viver após a aposentadoria. Pode ser uma escolha para quem busca maior segurança financeira no futuro.
Rentabilidade – A rentabilidade é o rendimento obtido pelo investimento feito na previdência privada ao longo do tempo. O retrospecto do produto a ser escolhido auxilia na tomada de decisão, mas é importante ter em conta que a rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.
Contribuição Extraordinária – É a possibilidade de realizar contribuições adicionais ao plano de previdência além das contribuições regulares. Essas contribuições extras podem ajudar a aumentar o montante acumulado e potencializar a rentabilidade ao longo do tempo.
Segundo Estevão Scripilliti, mais do que compreender os termos do mercado, é importante que a população entenda que a previdência privada é um instrumento que traz horizontes, que podem ser estabelecidos tanto na fase de acumulação quanto na fase de pagamento de renda. “No pagamento de renda existem várias possibilidades: renda vitalícia, renda por prazo certo, pode ser reversível para o cônjuge, para o filho ou outro beneficiário. De modo geral, em um cenário em que a nossa população felizmente está ficando cada vez mais longeva, é importante que todos tenham em mente o importante papel da previdência privada como provisão complementar de recursos às fontes públicas”, finaliza.