‘É preciso um basta aos vendedores de falsas ilusões’, diz presidente da FenSeg sobre avanço da proteção veicular

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No 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, em Goiânia, João Francisco Borges pede união contra os que atuam à margem da lei

 

A proteção veicular, que atua sem regulação no mercado de seguros – logo, é irregular -, avança mais rapidamente que a promulgação de uma legislação que a proíba ou, no mínimo, regularize-a como uma proteção ao consumidor. Enquanto isso não se torna realidade, quem mais sente os efeitos perniciosos da ação ilegal de associações e cooperativas de proteção veicular são os mercados automotivo e securitário e o próprio consumidor, ludibriado pelas ilusórias indenizações. Segundo o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), João Francisco Borges, a série recessiva pela qual passou o país afetou o setor automotivo mais que outros mercados, propiciando o surgimento da proteção veicular. Durante palestra no 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, em Goiânia, na sexta-feira (13), Borges definiu os negociadores do serviço ilegal como “vendedores de falsas ilusões”.

Para Borges, o seguro de auto é um pilar fundamental para o mercado securitário. Permitir o avanço indiscriminado de serviços não regulados pela autarquia federal que fiscaliza e regula o setor poderá ocasionar em perdas irreparáveis para toda a sociedade, pois, destacou o presidente da FenSeg, sem regulação até mesmo o crime organizado terá espaço para infiltrar-se em associações ou cooperativas que negociam ilegalmente o produto, caso nada seja feito imediatamente para coibi-las. “Quem mexe com poupança popular tem os olhos do estado sobre si”, exemplificou, referindo-se à maciça regulação que norteia o setor de seguros, um dos mais fiscalizados e regulados pelo Governo federal. “O segurador está ficando desamparado com o avanço da proteção veicular”, reforçou Borges, para quem o momento exige a união dos principais atores que presentam mercados, governo e consumidores para combater o mal que representa a proteção veicular.

O presidente da FenSeg elogiou o empenho do deputado federal Lucas Vergílio (SD/GO), autor do projeto de lei (PL 3139/15) que proíbe associações e cooperativas ou clubes de benefícios de comercializarem contratos de natureza securitária.

Vergílio, que inicialmente não estava na lista de debatedores do painel, foi convidado a subir ao palco e discursar sobre o tema. O parlamentar conclamou os corretores na plateia a comparecerem em peso, no dia 24, às 9h, à primeira audiência pública sobre o PL contra a proteção veicular. “É um problema de todo o mercado”, disse ele, que na mesma linha do presidente da FenSeg, pediu união do mercado contra os que atuam à margem da lei. “Não somos contra a cooperativa que deseja virar seguradora, mas tem de seguir as regras e trâmites da regulação”, concluiu Borges, em seguida ao discurso de Vergílio.

Além de João Francisco Borges e do deputado Lucas Vergílio, participaram do painel Desafios do Seguro de Automóvel: proteção pirata e era digital, o diretor-geral de Automóvel da Porto Seguros, Luiz Pomarole; o presidente da HDI Seguros, Murilo Setti Riedel; o presidente da Tokio Marine Seguradora, José Adalberto Ferrara; o CEO da Mapfre Seguros, Luis Gutiérrez, e o vice-presidente da Comissão de Automóvel da FenSeg, Eduardo Dal Ri. O debate teve como moderadora a vice-presidente de Marketing e Eventos da Fenacor, Maria Filomena Branquinho.

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