Aumento de custo impulsiona a inovação em planos de saúde patrocinados pelo empregador
- Os custos médicos globais continuam superando a inflação geral em cerca de 3 vezes.
- Os três principais impulsionadores do custo médico na América Latina são risco metabólico e cardiovascular, risco dietético e risco emocional/mental.
- As seguradoras respondem com investimentos em programas e soluções voltadas para a qualidade da saúde.
- 78% das seguradoras globais apoiam ou consideram apoiar consultas de saúde virtual para administrar a saúde dos segurados e conter custos
De acordo com o estudo Tendências Médicas Globais 2019, da Mercer Marsh Beneficios, os custos médicos continuam superando em aproximadamente 3 vezes a média global de 9,7% em 2018. Um aumento semelhante é esperado para 2019 e ainda maior para 2020. À medida que o custo dos programas de benefícios para a saúde continue aumentando globalmente, os empregadores têm a oportunidade de conter custos através de desenhos de planos mais inteligentes e acesso dos funcionários a cuidados de saúde focados na qualidade.
Em seu quinto ano consecutivo, este último relatório pesquisou 204 seguradoras em 59 países*, avaliando como as condições de saúde, os fatores relacionados a fornecedores e os hábitos de consumo estão impulsionando o custo, além de fornecer insights sobre como as seguradoras estão respondendo.
Globalmente, os três principais fatores de risco para a saúde que influenciam o custo médico continuam sendo o risco metabólico e cardiovascular, seguido pelo risco dietético e risco emocional/mental.
A nível regional, há uma variação na ordem dos fatores de risco, onde é possível ver um aumento na importância dos dois principais fatores de risco que são o risco metabólico e cardiovascular, que subiu de 88% em 2018 para 97% em 2019.
Em segundo lugar, há o risco dietético que aumentou 14%, de 71% em 2018 a 85% em 2019. Ambos os riscos são os principais impulsionadores do custo médico. (Veja também a Tabela 1)
– América Latina: risco dietético (85%)
-Europa: riscos emocionais ou mentais (61%)
-Oriente Médio e África Médio Oriente e África: riscos ocupacionais (59%), desnutrição infantil e materna (24%)
-Ásia: riscos ambientais (52%)- como os efeitos de altos níveis de poluição em muitas das principais cidades da região estão cobrando seu preço.
Em resposta ao panorama atual, o número de seguradoras que estão investindo em iniciativas para facilitar o acesso a uma saúde focada na qualidade, e que oriente melhor seus segurados para opções de cuidados corretos para eles mais rapidamente, mais do que duplicou. Globalmente, 29% das empresas agora apontam este tipo de investimento como uma prioridade estratégica.
As seguradoras estão respondendo ajudando os seus segurados a fazerem escolhas de saúde mais inteligentes relacionadas à saúde, com 63% das seguradoras fornecendo educação, ferramentas e incentivos para impulsionar comportamentos positivos.
Na América Latina e no Caribe, esse índice situou-se em 58% e ressalta-se que no aspecto da educação do usuário, 56% das seguradoras pesquisadas afirmaram que estão investindo ativamente. Também é interessante ver como consultas médicas virtuais, ou a telemedicina, segue sendo uma solução inovadora para permitir o acesso dos segurados à saúde, ao mesmo tempo que contêm os custos operacionais.
Em relação às soluções prevalentes adotadas pelas seguradoras para conter custos médicos relacionados a planos de saúde patrocinados pelo empregador, as seguintes práticas são as mais comuns entre as empresas:
- Taxas negociadas com prestadores de serviços de saúde – 91%
- Grupos reduzidos de fornecedores preferidos – 91%
- Pré-autorização, incluindo a avaliação da razoabilidade do custo do procedimento /fornecimento – 85%
- Negociação de preços para pacotes/procedimentos específicos – 85%
- Pré-autorização: incluindo a avaliação da adequação médico do tratamento realizado e a participação na definição do mesmo – 76%
A pesquisa também permitiu definir globalmente e regionalmente, de acordo com o valor pago pelas seguradoras e a frequência, os tipos de sinistros em saúde que mais impactam os custos médicos desses tipos de planos. Em relação ao custo dos sinistros, o câncer continua sendo a doença de maior custo com 73%, seguida de doenças no sistema circulatório com 45% e Doenças osteomusculares com 34%. (Ver tabela 2)
De acordo com a pesquisa, as doenças mais comuns são, nesta ordem, doenças gastrointestinais com 61%, seguidas de doenças do sistema circulatório com 52% e doenças relacionadas à condições respiratórias com 48%. Neste aspecto da pesquisa, é importante ressaltar que o câncer não é mais a doença mais impactada na região, passando do primeiro lugar em 2018 para o quinto lugar em 2019. (Ver tabela 3)
Segundo Renato Cassinelli, Líder da Mercer Marsh Benefícios para a América Latina, o futuro do trabalho exige funcionários saudáveis e engajados. “Como o custo de prestação de benefícios médicos continuam a aumentar, os empregadores devem avaliar como aproveitar ao máximo o desenho do plano, incluindo o acesso a cuidados com a saúde baseados em qualidade para impulsionar melhores resultados. Os planos devem ser revisados através da perspectiva de otimização de custos e engajamento dos funcionarios”, explica.
*Excluindo US.
Tabela 1: as seguradoras foram convidadas a destacar os 3 fatores de risco que têm a maior influência sobre os custos médicos dos planos de saúde patrocinados pelo empregador.
Rank | Global | Latin America 2019 | Latin America 2018 | |
Risco metabólico e cardiovascular | 1 | 91% | 97% | 88% |
Risco dietético | 2 | 56% | 85% | 71% |
Riscos emocionais/mentais | 3 | 44% | 45% | 12% |
Risco ocupacional | 4 | 43% | 18% | 59% |
Risco ambiental | 5 | 30% | 18% | 24% |
Consumo de cigarro | 6 | 22% | 24% | 24% |
Desnutrição infantil e materna | 7 | 6% | 0% | 24% |
Alcool e uso de drogas | 8 | 5% | 0% | 0% |
Tráfico, violencia e segurança | 8 | 5% | 12% | 0% |
Tabla 2: seguradores foram convidados a, com base no montante reivindicado em dólares, para nos dizer quais foram as 3 principais causas do custo dos sinistros em 2018
Comparativo dos top 3 sinistros, levando em consideração o valor dos mesmos | |||
Global 2019 | LATAM 2018 | LATAM 2017 | |
Câncer | 59% | 73% | 79% |
Doenças do sistema circulatorio | 49% | 52% | 45% |
Doenças Gastrointestinais | 34% | 33% | 26% |
Condições respiratórias | 33% | 30% | 24% |
Doenças endocrinas e metabólicas | 17% | 21% | 13% |
Doenças Osteomusculares | 25% | 21% | 34% |
Obstetricia e Gravidez | 13% | 12% | 29% |
Doenças Infecciosas (Inclui HIV) | 14% | 9% | 8% |
Condições Neurológicas | 6% | 9% | 8% |
Atenção e complicações de recém nascidos nacidos | 2% | 9% | 3% |
Condições Mentais | 6% | 6% | 5% |
Condições Genitourinarias | 8% | 6% | 0% |
Anomalias Congênitas | 1% | 6% | 5% |
Doenças do sangue – Hematológica (Não relacionadas a HIV) | 5% | 3% | 11% |
Doenças dos órgãos dos sentidos | 7% | 3% | 0% |
Accidentes e condições derivadas da violência | 11% | 3% | 3% |
Outras (não classificadas nos outros grupos) | 7% | 3% | 8% |
Doenças de Pele | 2% | 0% | 0% |
Tabla 3: Com base na incidência (frequência) dos sinistros, quais foram as 3 principais causas de sinistros
RANKING DE SINISTROS POR FREQUENCIA | PUESTO Y (%) | |
2018 | 2019 | |
Câncer | 1 (47%) | 5 (24%) |
Doenças Gastrointestinais | 2 (42%) | 1 (61%) |
Condiçoes respiratórias | 3 (37%) | 3 (48%) |
Doenças do sistema circulatório | 4 (34%) | 2 (52%) |