Recentemente fui convidado a responder algumas perguntas sobre como seria o mercado de seguros para carros voadores. Para quem não sabe, já existem alguns protótipos em operação, sendo que a Eslováquia é o primeiro país a permitir a aeronavegabilidade desse novo modelo de transporte.
Claro que ainda falta muito para isso se tornar uma realidade em termos de produção massa, mas é uma tendência que começa a ganhar força como alternativa ao caótico tráfego de algumas cidades e para curtas distâncias. Tudo ainda está na fase teórica, buscando ajustar os modelos às novas tecnologias já existentes, mas é algo que pode acontecer ainda nesta década, mesmo em pequena escala.
O certo é que tais desafios irão desde a criação de uma regulamentação própria até a definição de quais serão os custos de reparação de tal veículo e o aumento do risco de responsabilidade civil nessa nova modalidade. Claro que podemos imaginar uma mistura dos seguros aeronáutico e automóvel, mas apenas conceitualmente.
Como gostei de fazer esse ‘exercício de futurologia’, resolvi escrever esse artigo pensando nesse mesmo conceito, mas também com foco no setor de assistências. Afinal de contas, se é certo que essa novidade precisará contar com seguros (especialmente em caso de queda), provavelmente também precisará contar com o apoio de serviços de assistência.
Nesse caso, a primeira coisa a se pensar seriam nas rotas que serão feitas, por onde esses carros voadores transitariam. Isso é importante para pensarmos em como atender rapidamente esses motoristas em casos de pane elétrica, alguma falha no motor ou mesmo falta de combustível.
Depois, teríamos que pensar que tipo de serviço exatamente precisaríamos oferecer, porque trocar um pneu é uma coisa, mas trocar uma asa é algo completamente diferente. Um ponto importante é sobre quem irá pilotar, se a máquina ou um piloto específico.
A tecnologia para ser autônomo já existe, mas ainda são necessários alguns aperfeiçoamentos tecnológicos nesse sentido, além da falta de uma legislação específica. Outro desafio é a aceitação das pessoas a essas novas tecnologias. Por exemplo, já existe a opção de aviões voarem sem piloto (fly by wire), mas muita gente ainda não se sente confortável, segura, em voar num avião sem piloto.
Como pode perceber, muita coisa ainda precisa ser levada em consideração, já que se trata de um produto embrionário, muito disruptivo, mas que provavelmente demandará necessidades específicas que ainda não existem no nosso dia a dia. Mas para quem é líder em soluções de assistências, e serviços com foco em conveniência e segurança, é importante sempre estar preparado!
Por Newton Queiroz, CEO da Europ Assistance Brasil e da CEABS Serviços