Acompanhamento preventivo e vacina contra o HPV são as melhores formas de evitar a doença, segundo médica da Kipp Saúde |
São Paulo, março de 2023 – O câncer de colo do útero é a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres brasileiras, de acordo com informações do Instituto Oncoguia, ONG e portal informativo voltado para a qualidade de vida do paciente com câncer. Para 2023, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que surjam mais de 17 mil casos novos, o que representa um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo Clarissa Willets, Médica de Família e Consultora da Kipp Saúde, o câncer de colo de útero é causado pela infecção por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV), que é muito frequente, mas que normalmente não causa doença. “HPV é o nome de um grupo muito comum de vírus. A maioria das pessoas terá contato com algum vírus do HPV na vida. É supercomum e ninguém deve ter vergonha disso. A transmissão ocorre pelo contato pele a pele com outra pessoa na área genital e não apenas no sexo com penetração”, explica.
Ainda de acordo com a médica, alguns tipos de HPV, os chamados HPV de alto risco, podem causar câncer de colo do útero. “Na maioria das vezes, seu corpo irá se livrar do HPV sem causar nenhum problema ou sintoma. Mas em alguns casos, ele pode permanecer no corpo por um longo período. Se um HPV de alto risco permanecer no corpo por muito tempo sem ser detectado e tratado, ele pode causar modificações nas células de seu colo do útero. Essas alterações podem gerar um câncer”, continua Clarissa.
Prevenção
Assim como muitas doenças, o câncer de colo do útero pode ser evitado. “Este é um câncer muito frequente em mulheres e é altamente prevenível! Ele corresponde a 7,5% dos cânceres que aparecem em mulheres em um ano e causa 6% das mortes por câncer em mulheres”, diz Clarissa.
Fazer o exame conhecido como papanicolau é uma das melhores maneiras de se proteger do câncer de colo de útero, mas tomar a vacina contra o HPV e usar preservativo também são indicados. “Programas de rastreamento podem reduzir muito o aparecimento e as mortes por câncer de colo do útero. Segundo a OMS, se 80% de uma população de mulheres fizer o exame e for adequadamente tratada, é possível reduzir em 60-90% a incidência de câncer invasivo nesta população”, comenta a médica.
O exame citopatológico, ou papanicolau, é indicado para qualquer pessoa com colo do útero com idade entre 25 e 64 anos e que já teve atividade sexual. “É importante desmistificar este exame e entender que ele é simples e muito importante, mas não precisa ser feito todo ano. Se for detectada alguma lesão, pode ser que o médico indique repetir com menor intervalo, mas nos casos em que o rastreamento vem normal, o exame pode ser repetido entre dois e três anos. Além disso, ele não é feito exclusivamente pelo médico ginecologista e pode ser coletado por médicos generalistas e por enfermeira no consultório ou em qualquer laboratório”, explica.
Já a vacina do HPV está disponível gratuitamente nos postos de saúde, em 2 a 3 doses, para meninas e meninos de 9 a 14 anos; e crianças e adultos dos 9 a 45 anos que tenham HIV ou AIDS, ou que receberam transplante de órgãos ou de medula óssea, além de pessoas em tratamento contra o câncer. |
Câncer de colo do útero atinge 17 mil mulheres por ano, mas pode ser evitado
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