O setor segurador registrou, no primeiro quadrimestre de 2023, crescimento acelerado dos seguros de Crédito, se comparado com o mesmo período de 2022. Um levantamento produzido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), identificou que a maior exposição da população ao risco de crédito impulsionou a demanda pelo produto em 24,3%, com mais de R$ 740 milhões arrecadados, avanço que foi acompanhado pelo aumento de 411,9% nas indenizações, com aproximadamente R$ 1 bilhão pago aos segurados. Entre janeiro e abril deste ano, considerando todos os ramos e segmentos, menos a Saúde Suplementar, as indenizações subiram 2,2%, chegando ao patamar de R$ 77,2 bilhões, enquanto a demanda cresceu 8,6%, atingindo R$ 117,4 bilhões.
Para o presidente da CNSeg, Dyogo Oliveira, as indenizações foram impulsionadas por eventos de crédito recentes que contavam com a proteção do seguro. “Pelo lado da demanda, esses mesmos eventos geram uma maior busca por proteção. Isso, aliado ao fato de que a manutenção da taxa de juros em patamar elevado tende a aumentar a inadimplência, compõe o cenário de maior procura pelo produto”, diz.
Os seguros de Crédito têm o objetivo reduzir o risco de operações de crédito, garantindo ao credor, aquele que cede recursos, o ressarcimento da operação definida no contrato de seguro, que será feito pela seguradora, caso ocorra inadimplência, por parte do devedor. O produto pode ser utilizado tanto para operações realizadas no território nacional quanto para operações financeiras destinadas à exportação, no entanto, a pessoa física ou jurídica que contratar o seguro deve estar domiciliada no Brasil.
Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que, em abril de 2023, a parcela de inadimplentes aumentou, saindo de 28,6% das famílias do país, em abril passado, para 29,1%, em 2023. No mesmo período, pela ótica das empresas, de acordo com levantamento feito pela Serasa Experian, a soma total das dívidas de Pessoas Jurídicas chegou em R$ 117,5 bilhões, o maior patamar já registrado desde 2016, atingindo a quantidade recorde de 6,5 milhões de negócios. Esses resultados corroboram com o aumento de 189,0% nas indenizações pagas pelos seguros de Crédito em abril, com aproximadamente R$ 180,9 milhões, e o crescimento de 28,3% na arrecadação, com mais de R$ 174,6 milhões.