Instituições financeiras e empresas geram oportunidades com o Bank as a Service, mas também enfrentam desafios 

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Especialistas se reúnem em evento da ACREFI para discutir tendências do mercado com o crescimento do BaaS

 

 

 

 

 

O Bank as a Service (BaaS) está abrindo negócios para instituições financeiras e empresas que passam a oferecer novos serviços a seus clientes, levando competitividade ao mercado. Especialistas, no entanto, também apontam os desafios para o crescimento da atividade, que passam pela escolha dos serviços diante das inúmeras oportunidades oferecidas no ecossistema, busca por parceiros com credibilidade e transparência na comunicação com cliente. “Bank as a Service” foi o tema debatido em evento realizado pela Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), nesta terça-feira (31/05), no Renaissance São Paulo Hotel.

 

 

 

Luís Eduardo da Costa Carvalho, presidente da ACREFI, lembrou que o Bank as a Service já foi conhecido como “barriga de aluguel”. Com a evolução do mercado, a atividade ganhou um nome mais sofisticado e que melhor a caracteriza. “No nosso contexto, tudo acontece devido a um Brasil ainda complicado. Emprestar dinheiro é algo que só uma instituição financeira está legalmente autorizada a fazer, como também praticar uma taxa de juros acima da prevista na Constituição. Em função disso, surge um mercado que hoje a gente chama de Bank as a Service”, disse na abertura do evento.

 

 

 

Bruno Balduccini, sócio na área empresarial doa Pinheiro Neto Advogados, destacou que o BaaS é resultado de iniciativas do Banco Central para atacar a concentração bancária na área de pagamentos, dando origem à legislação que permitiu regular atividades como, por exemplo, emissão de E-wallets (pré-pago), a emissão do pós-pago em cartão de crédito e o credenciamento da maquininha. Para ele, o Bank As a Service é uma grande solução que permite empresas entrarem imediatamente no mercado e sem o risco regulatório.

 

 

 

“O BaaS é uma atividade legal: o Banco Central já permitia que uma instituição financeira terceirizasse serviços. Óbvio que se tiver uma falha, quem paga a conta é a atividade regulada. É uma forma de competição que permite uma pequena empresa que não quer gastar agora ou ter o custo regulatório fazer uma associação com um parceiro e sair operando nas áreas de empréstimo, contas, cartão. Trata-se de uma solução altamente recomendável, em especial para quem não conhece o mercado e quer testar seus modelos e não entende o custo regulatório. E é um modelo que o BC vê com bons olhos, pois gera uma competição maior”, afirmou.

 

 

 

Carlos Eduardo Benitez, BMP Money Plus, disse que o BaaS significa transformar uma plataforma que tem algum tipo de tráfego em um ambiente em que as instituições financeiras possam distribuir produtos bancários. Para ele, esse modelo representa uma grade mudança no mercado. “Quando você perguntava a um executivo de banco sobre o seu papel, a resposta era saber qual o limite dar ao ciente, os serviços, o que tenho para ele. O BaaS inverte a pergunta. Agora, é como aquele cliente pode ajudar a colocar os meus produtos bancários na rua e como eu posso ajudá-lo a fidelizar o negócio para o cliente dele e poder ganhar mais dinheiro também. Aqui no Brasil estamos acostumados ao banco olhar de cima para baixo o cliente e nunca como parceiro. Então está na hora de mudar isso”, completou.

 

 

 

Francisco Eduardo C. Carvalho, CEO & Founder da ZIPDIN, avaliou que um dos desafios para o crescimento do BaaS é quantidade infinita de oportunidades e serviços em todo o seu ecossistema. “É brincar de enxugar gelo. Quando acha que está chegando perto do fim, surgem inúmeros outros serviços, e a tecnologia que você emprega para oferecer o que você já tinha começado fica obsoleta. É uma guerra sem fim. O maior desafio é conseguir explorar da melhor forma possível o que o seu ecossistema permite. E é humanamente impossível para empresas de qualquer tamanho conseguir cobrir isso tudo. A saída então é se cercar dos parceiros certos para cada oportunidade, para que possa oferecer o maior leque de serviços possíveis com ótima qualidade e segurança”, afirmou.

 

 

 

Luiz Fonseca, VP Of Technology – Engineering Banking of Credit da ZOOP, acrescentou que é preciso ter o cuidado de conhecer bem o seu cliente, garantindo a segurança e transparência nos processos. “Temos sempre a preocupação que o cliente lá na ponta está dando a ciência e anuências de que ele concorda compartilhar os dados e tudo mais; e estamos tentando deixar claro quais são os players que estão envolvidos naquela operação. É preciso dar o suporte adequado de comunicação. Então hoje conseguimos ter uma clareza maior, agora ele vê que o Pix está saindo da ZOOP e que está em os nossos dados”, disse.

 

 

 

O presidente da ACREFI falou ainda dos cuidados que as instituições financeiras precisam ter para escolher a prestadora de serviços. “A maior preocupação é ter a confiabilidade do seu parceiro na escolha de uma instituição que vai prestar os serviços do BaaS. Isso passa incialmente pela credibilidade da instituição parceira. No mercado financeiro, a credibilidade é um ponto fundamental que gera um bom relacionamento e a garantia de uma parceria duradoura”, destacou. Cíntia Falcão, consultora jurídica da ACREFI, foi mediadora do evento.

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