Seguradoras acreditam que insurtechs podem auxiliar na expansão do mercado de seguros

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Em painel realizado na última quinta-feira (02.08) durante o CQCS Insurtech & Inovação, diretores da HDI, Bradesco e Tokio Marine debateram sobre “o que as seguradoras esperam das insurtechs”. Os representantes dessas companhias apontaram para alguns papéis que as insurtechs poderão desempenhar na área de seguros, durante o workshop “Acelerando o Futuro”.

O diretor Executivo de Operações, Sinistros e Tecnologia da Tokio Marine, Adilson Lavrador, começou sua apresentação mostrando alguns números do mercado de seguros, como a estimativa de que somente 31% de toda a frota circulante de veículos do país possui algum tipo de cobertura e que apenas 19% da população brasileira tem seguro de vida.

“Com esses números, a gente consegue ver o tamanho do potencial do mercado”, afirmou. Como há espaço para crescimento, Lavrador acredita que as insurtechs não são uma ameaça para as seguradoras e para as corretoras. “Tem espaço para todo mundo”, disse o diretor da Tokio Marine.

Para ele, o mercado segurador espera que as insurtechs venham a acrescentar e ajudar as seguradoras, melhorando o relacionamento com clientes e corretores, e contribuindo para explorar o potencial do mercado brasileiro. Lavrador também crê que as startups podem ajudar as seguradoras a aumentar a cultura do seguro no país, com criação de produtos novos. “Ajudem as seguradoras a se mexerem”, afirmou.

Leonardo Freitas, diretor Executivo da Bradesco Seguros, apontou que foram mapeadas 78 insurtechs atuando no Brasil, em diversos pontos da cadeia do mercado de seguros, e que, no mundo já foram investidos mais de US$ 19 bilhões nessas empresas.

“Existe hoje uma gôndola enorme de oportunidades para as insurtechs trabalharem”, afirmou Freitas. Para ele, um dos pontos que podem ser trabalhados pelas startups é a questão da burocracia, já que este fator é um dos principais impeditivos para a expansão do mercado de seguros.

Freitas também disse que espera que as insurtechs tragam soluções com modelos sustentáveis, sofisticação nos modelos de precificação, novas oportunidades para explorar o mercado e inovações de seguros mais personalizados. “Agora, o cliente é quem dita o mercado”, ressaltou. “Quando olhamos para os novos modelos de negócios, eles trouxeram uma proposta de valor tangível, e acho que é esse o nosso desafio para a nossa indústria”, concluiu o diretor do Bradesco.

Já Vagner Guzella, CFO da HDI Seguros, apontou que, na última década, diversas indústrias foram transformadas pela digitalização e que não será diferente com as seguradoras. “Não seremos os primeiros, mas não seremos os últimos”, afirmou.

Guzella também crê que há espaço para as insurtechs e que elas poderão permitir uma redefinição da proposta de valor para os clientes. Para ele, um dos fatores fundamentais é olhar para demanda do consumidor, que hoje está mais exigente e quer mais transparência, eficiência, soluções e modelos de precificação.

“Você tem que saber como trabalhar, adaptar e ajudar a ter sinergia com seu modelo de negócios”, apontou o representante da HDI. “É preciso pensar em como conseguir unir a cadeia de valor de uma seguradora de ponta-a-ponta com tudo o que está acontecendo no mercado”.

De acordo com ele, as seguradoras procuram empresas que venham a ser parceiras para auxiliar o mercado de seguros. “Apesar de as insurtechs ainda estarem em um momento incipiente no Brasil, o fato é que o mercado está mudando, e a velocidade desta mudança depende muito de como as seguradoras conseguem tirar proveito de toda esse ecossistema”, concluiu.

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