A primeira palestra do painel “Tech – O que muda de verdade”, do CQCS Insurtech & Inovação, foi apresentado nesta quarta-feira (01/08) por Heitor Ohara, diretor de planejamento da SegPartners Brasil; Gustavo Muller, CIO da CEABS Serviços; e Marcio Pessoa, CEO da DriveOn. O tema foi “IoT (Internet of Things) como ferramenta de mudanças no seguro de Auto”.
Para Ohara, o que favorece a utilização dessa ferramenta é a queda do custo de armazenamento de dados. “No caso dos automóveis entra a Telemática, que acelera todo o processo”, comenta. Outro ponto mencionado são os fatores de riscos, que mudaram ao longo dos tempos. “Agora, novos sensores trazem mais informações como distância, velocidade, tempo no trânsito, dados da rota, entre outras coisas. Tudo vem para somar para justificar a precificação”, explica Ohara.
A aplicação do IoT muda dependendo do cenário. “A Internet das Coisas vai induzir melhoras práticas de comportamento no trânsito, por exemplo, a frota ganha longevidade e qualidade e, com isso, há um ganho significativo para a sociedade”. Quanto à redução de risco e preços, Ohara salienta que essa tendência é certa, mas questiona se vai atrair mais segurados. “O que é certo é que novos produtos vão surgir. As seguradoras tradicionais precisam substituir essa receita. O seguro de automóvel tem uma forte barreira financeira de entrada. Algumas seguradoras já estão experimentando e desenvolvendo esse negócio”.
Uma tecnologia que já está em vigor há tempos e que pode ser amiga da IoT o é a Telemática para seguros. Gustavo Muller, CIO da CEABS Serviços – empresa que provê soluções diferenciadas de mobilidade e no monitoramento e rastreamento de bens e pessoas – salientou que a Internet das Coisas vai viabilizar algumas dificuldades dessa área.
Durante a sua apresentação, Muller apresentou o CEABS, pioneira em redes RF Iot. “A empresa tem como diretrizes gerar informação de valor a partir de insumos e criar seguros específicos para o mercado segurador, assim como a gestão de risco preditiva, implementada há pouco tempo”.
Na visão de Muller, as montadoras estão dando atenção ao que diz respeito à Telemática. “Essa estrutura possibilita uma plataforma de serviços que gera atratividade para o consumidor final”, ressalta. Mas o executivo alerta que é bom ficar e olho nas novas vertentes que estão chegando. “Haverá muitas necessidades específicas para nichos diferentes de mercado. Não podemos ficar estagnados. Há espaço para todos”, prevê.
Espaço e oportunidade até para transformar dados em dinheiro. É sobre isso que se trata o primeiro token de mobilidade da América Latina, que será lançado brevemente pela DriveOn. Ao pensar em Saúde Veicular e comportamento na condução de veículos, Marcio Pessoa, CEO da DriveOn, comenta o universo do blockchains, dos dados que se transformam em dinheiro. “Se considerarmos uma frota segurada de somente 30%, um índice que não muda há anos, percebemos o potencial desse nicho. Os dados são estatísticos, o que complica no reconhecimento de diferentes perfis que fazem parte de uma mesma categoria”, ressalta.
Marcio entende que as seguradoras devem ser empoderadas com dados. “Isso é uma tendência global. “O Brasil é incipiente e engatinha no assunto. Nós somos pioneiros na tecnologia UBI 3,0, que traz todo o histórico da saúde do carro como ativo digital blokchain, entre outras coisas.
Em sua visão, os corretores são uma força nesse setor e acabam sendo beneficiados com vantagens como descontos com parceiros, monetização e liberdade de transações”. “O universo das criptomoedas não está longe da realidade brasileira. Toda informação que sobe para o motorista, gera automaticamente dinheiro para ele, justamente pela informação que ele mesmo levantou”, explica.