Integrantes da indústria seguradora, governo federal e o Mercosul se reuniram nesta quinta-feira, 19, para um dia de debates sobre os impactos das transformações climáticas no mercado segurador. Promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) na sede do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em Brasília, o encontro foi dividido em cinco painéis que abordaram as questões regulatórias, o agronegócio e os riscos climáticos.
Para o diretor Técnico e de Estudos da Confederação, Alexandre Leal, o risco climático e a sustentabilidade já são debatidos de forma ampla pelo setor. “Somos um dos signatários dos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI), Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-FI), que estabelece algumas questões que precisam ser observadas nas condições dos negócios em relação à sustentabilidade global e, obviamente, a questão climática está inserida nesse campo”, enfatizou.
Leal ainda trouxe para a discussão a importância da circular nº 666, da Superintendência de Seguros Privados (Susep). “Quando não tinha regulação, as empresas atuavam de formas muito diversas em relação à temática e, por isso, havia uma disparidade na adoção de questões de sustentabilidade no âmbito dos seus negócios. Ao longo do tempo, com as adaptações realizadas, é possível notar a harmonia nos trabalhos realizados”, explicou o executivo da CNseg.
O diretor de Riscos da Caixa Residencial, Laurindo dos Anjos, conta que a sinalização da circular sobre o estabelecimento de uma comunicação mais próxima com a sociedade é uma oportunidade para a indução da cadeia produtiva, ou seja, estimular mudanças. “A cultura de seguros ainda está aquém do que poderia ser, mas o mercado acredita na mudança e se enxerga como um agente capaz de dar a prestação de conta para a sociedade”, reiterou Anjos.
A qualificação profissional é uma das vertentes que pode auxiliar no crescimento do setor segurador como um todo. “Precisamos envolver os diversos setores e trazer para a mesa a importância do tema, bebendo de fontes que tenham um conhecimento mais avançado”, disse Thamirys Chaves, Agro UW Manager da Newe Seguros.
O encerramento do evento ficou por conta do reconhecimento da necessidade da realização de outros debates no nível deste. A diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo, Ana Paula de Almeida, acredita ser necessário promover outros ambientes de diálogo transversais para o enfrentamento da emergência climática. Parceiro na realização do encontro, o MMA acredita que este é um momento ímpar na agenda do clima. “Tudo o que estamos fazendo agora vai culminar em pontos da agenda do Brasil no G20 e na COP30”, afirmou André Luiz Campos de Andrade, diretor da Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério.