Segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), em abril de 2020, o número de operadoras de saúde com beneficiários ativos era de 993. Embora esse número tenha apresentado uma ligeira queda em relação a Dezembro de 2019 (1%), a concorrência não deixa de ser acirrada.
Como é sabido são diversos os fatores que influenciam na decisão dos médicos a respeito de qual plano de saúde credenciar-se. Valor pago pela consulta, a reputação do plano, índice de reclamação e o IDSS – Índice de Desempenho da Saúde Suplementar. Para serem mais atrativos, os planos precisam não só preencher esses requisitos, mas também encontrar outras formas de diferenciarem-se da concorrência e conquistar novos membros. E, é aí, que o uso da tecnologia na medicina e do suporte à decisão clínica pode fazer a diferença.
Agregar valor por meio de inovação é uma forma eficiente de atrair os médicos, em especial os mais jovens ou os chamados earlier adopters. Pela proximidade e afinidade que têm com os meios digitais e ferramentas tecnológicas, são eles os principais responsáveis por encabeçar a transformação digital na área da saúde e em enxergar estes recursos como fortes aliados em uma melhor efetividade clínica, na qualidade do atendimento, na diminuição da variabilidade clínica e até na segurança do paciente.
Segundo pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina, 90% dos médicos acreditam que as novas tecnologias digitais, que possuam alto padrão de segurança e ética, podem ajudar a melhorar a assistência em saúde à população. A constatação é da pesquisa “Conectividade e Saúde Digital na vida do médico brasileiro”, realizada pela entidade em fevereiro de 2020.
Outro ponto importante, que reforça a estreita relação entre medicina e tecnologia é o fato de estarmos falando de profissionais que se desdobram em inúmeras atividades e precisam encontrar formas de otimizar a sua rotina. Alguns estudos enfatizam que, para cada hora de atendimento direto ao paciente, outras duas são necessárias em frente ao computador para desempenhar uma série de tarefas, sejam elas burocráticas ou relacionadas a pesquisas, ao mesmo tempo em que cuidam dos pacientes.
Daí a importância de oferecer aos profissionais da saúde ferramentas e conteúdo de qualidade e com agilidade, o que inclui facilitar o acesso à informação e reduzir a quantidade de textos científicos que devem ser lidos para atualização. E isso, de fato, pode ser feito melhorando a experiência de navegação e permitindo que médicos acessem de maneira fácil, sem esforço e sem barreiras, as informações que necessitam. Ou seja, por que não usar os recursos de suporte à decisão clínica como peça para complementar esse quebra cabeça?
É fácil sumarizar e justificar essa solução quando se observam os seguintes pontos: estamos falando de profissionais que já reconhecem o impacto da tecnologia em seu dia a dia; que correm contra o tempo para dar conta de todas as suas tarefas e para salvar vidas; e que ao mesmo tempo prezam pela qualidade do atendimento que prestam.
Os recursos de suporte à decisão clínica configuram importantes mecanismos por serem capazes de prover informações clínicas para os profissionais da saúde no ponto de atendimento, ajudando-os a tomar melhores decisões, seja por meio de sugestão da terapia ou na identificação do diagnóstico.
Decisões baseadas em evidências podem fortalecer a base de conhecimento dos médicos e ajudar a reduzir a variabilidade do cuidado, pois permitem que eles se mantenham atualizados sobre o conhecimento médico em rápida evolução, levando a um tratamento mais eficaz.
Desta forma, operadoras de saúde que apostam na junção da medicina e tecnologia e passam a disponibilizar para os médicos que se credenciam, por exemplo, uma solução avançada, mas ao mesmo tempo acessível e sem barreiras, podem mostrar um diferencial bem interessante. Ou seja, prover para seus clientes e cooperados um cuidado muito mais baseado em valor.
Juliana Gomes é líder de novos negócios e projetos da Wolters Kluwer Health no Brasil