MAG Live traz perspectivas da economia brasileira na pandemia

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Debate promovido pela MAG Seguros trata dos impactos econômicos e riscos ficais durante e após o coronavírus

A nova edição da MAG Live, realizada nesta quarta-feira (10/6), abordou as várias medidas econômicos tomadas pelo Governo durante a pandemia e os riscos fiscais envolvidos. O debate contou com a participação de especialistas reconhecidos no mercado como o Subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal do Tesouro Nacional, Pedro Jucá Maciel, a Consultora e Doutora em Economia pela USP, Zeina Latif e a estrategista da MAG Investimentos, Patrícia Pereira. O fórum apresentou as preocupações que a pandemia da Covid-19 tem causado à economia brasileira e os riscos fiscais gerados por ela.

O Subsecretário Pedro Jucá ressaltou as dificuldades que o país tem enfrentado e a preocupação em investir nas prioridades da sociedade no atual momento. “O Brasil nunca ampliou tanto suas dívidas e recursos para suprir as necessidades dos brasileiros como nesta pandemia. Em 2020, houve um choque nas despesas enquanto as receitas estão caindo. Vamos ter que pagar essa conta no futuro. Esse é o nosso desafio. Não podemos conviver com esse déficit por muito mais tempo”, comentou.

Jucá reforçou a necessidade de se realizar um reajuste na dívida bruta e nas despesas do país. “O espaço para novas despesas está bastante limitado no Brasil. É importante entendermos que as medidas tomadas para combate à Covid-19 são temporárias e que não podem se tornar fixas. O país, assim como todos os outros emergentes, sairá enfraquecido da pandemia, mas conseguiremos cumprir nosso teto de gastos até o fim desse governo”, revelou o Subsecretário.

A economista Zeina Latif fez uma análise ampla dos impactos da pandemia sob o ponto de vista econômico. “Estamos falando de uma crise severa, que machuca muito o setor produtivo e não existe volta rápida da economia nesse momento, pois o país sairá muito enfraquecido da pandemia. O setor da indústria é o que mais me preocupa”, sentenciou. “Ter uma ancoragem macroeconômica significa reforçar a necessidade de reformas. As reformas que a gente estava discutindo lá atrás pré-pandmeia se tornaram ainda mais urgentes. Só dá para equilibrar deterioração fiscal de um lado, e garantir ambiente macroeconômico e recuperação, se a gente enxergar que o Governo tem uma agenda de ajuste fiscal e que ele é exequível. Quer dizer, se há condições políticas. Tem plano e tem capacidade de execução. É isso que os mercados monitoram e o que vai ser essencial para a gente avaliar o comportamento da curva de juros lá na frente”, completou

A respeito das preocupações do mercado financeiro, a estrategista Patrícia Pereira pontuou a importância da prudência. “Quando falamos sobre a melhora substancial do mercado de meados de maio para cá, é importante tratarmos com muita cautela. Conforme Jucá ressaltou, a preocupação do mercado é que as despesas relacionadas às medidas tomadas neste período de pandemia escorreguem para o ano de 2021. Por isso, o mercado vem agindo com cuidado”, finalizou a estrategista.

Ao encerrar, o Subsecretário ressaltou que o país tem possibilidade de recuperação, ainda que não imediata, mas ela acontecerá de forma equilibrada. “Poucas mudanças podem trazer grandes retornos. Se conseguirmos resolver o setor fiscal e avançarmos na agenda de melhorias de negócios e estabilidade fiscal, o Brasil tem tudo para decolar. Nós temos uma demografia favorável e graças a isso ganhamos uma oportunidade, que não é eterna. Isso nos dá tempo para analisarmos o que deu certo no mundo e tentarmos copiar”, finalizou Jucá.

 

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