As ameaças e oportunidades da revolução tecnológica para o setor segurador em debate

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O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, deu inicio a dois importantes eventos do setor, organizados pela entidade: o 13º Insurance Service Meeting e o 4º Encontro de Inteligência de Mercado.

 

“Há pouco tempo, achávamos que uma nova revolução tecnológica no nosso mercado era apenas um conceito. Entretanto, a prática recorrente de inovação de instrumentos como a digitalização, a inteligência artificial e ferramentas poderosas de análise de dados já é uma realidade e, cada vez mais, sabemos que os empresários que souberem se apropriar ou, pelo menos, adaptar-se a essa revolução tecnológica, terão melhores condições competitivas. Ou de sobrevivência.”

 

Os debates acontecem hoje (6) e amanhã (7), no Transamerica Expo Center, em São Paulo, reunindo um time multidisciplinar de especialistas para discutir “A Jornada da Transformação no Setor de Seguros”, que é o tema desta edição.

 

Segundo Marcio Coriolano, em qualquer movimento inovador, seja disruptivo ou progressivo, há o “caldo verdadeiro e a espuma”. Como experiente gestor de seguros, disse sentir-se na obrigação de chamar a atenção das seguradoras associadas para as propostas e soluções que se encaixem nas necessidades de cada uma delas, citando o vídeo exibido anteriormente sobre o novo Portal da área de Serviços e Soluções da Confederação.

 

“Estamos vivendo hoje oportunidades e ameaças de propostas em, pelo menos, três direções”, enfatizou. A primeira direção, citou, são os incrementos tecnológicos, que chamou de “eliminação de cotovelos”, com o objetivo de encurtar processos. “Cabe escolher os melhores”, avisou. 

 

A segunda oportunidade ou ameaça relacionam-se às inovações que agregam novos negócios e que precisam de escala, de volume e de competências específicas do negócio. São aquelas que necessitam de capital e sinergia, que apenas uma parceria com incumbentes – as estabelecidas – podem levar a efeito.

 

A terceira, citou, são as que podem mesmo ameaçar o “status quo” do negócio. Aquelas que estão implicando ou poderão implicar em um negócio que amplie a base de penetração dos seguros. Um produto ou serviço que poupe capital e, ao mesmo tempo, tenha viabilidade em escala ampliada.

 

O presidente da Comissão de Processos e Tecnologia da Informação da CNseg, Camilo Ciuffatelli, afirmou que os desafios são muitos. “Já frequentei dezenas de eventos sobre inovação e tenho certeza de que ainda haverá outros diante da grande demanda que temos e teremos daqui para frente. E saio de todos eles com propostas que me ajudam a tomar decisões importantes no meu dia a dia como executivo de seguradora”, citou ele, que é gerente de tecnologia da seguradora japonesa Tokio Marine.

 

O presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS), Leandro Fonseca, destacou a importância de participar de eventos que discutam melhorias para o setor. “Sabemos que o sentido de inovação é muito diferente entre o setor privado e o público. No setor público, se faz tudo o que a lei permite, enquanto, no setor privado, pode se fazer tudo que a lei não impede. E o debate com prestadores de serviços, junto com seguradoras, é um movimento que agrega a todos”, afirmou.

 

No painel “Como utilizar o digital como um canal de vendas”, o palestrante Flavio Franco, Head of Customer Engineer Latam da Google, apontou as oportunidades decorrentes da exploração de dados dos consumidores. Segundo ele, um estudo da consultoria PwC projeta que, em 2020, haverá cerca de 50 bilhões de dispositivos conectados à internet e esses dispositivos gerarão dados que serão muito relevantes para as seguradoras. “Apesar desse trabalho, hoje em dia, estar sendo feito muito em cima de dados estruturados, existem diversos dados não estruturados disponíveis, como e-mails e vídeos, que estão nos dispositivos. O potencial a ser explorado é bastante expressivo”.

Para Franco, dados mais sensíveis podem vir a ser utilizados num futuro próximo. “Já que o consumidor oferece vários dados, qual seria o impacto para o setor de seguros e saúde se pudesse utilizar o mapeamento genético do cliente na análise do risco? Quais usos e imagens poderiam ser criados a partir disso?”, questionou.

 

“Hoje, o mundo todo está público, a regra é que as informações sejam abertas, a não ser que a pessoa peça para que sejam privadas. É o contrário do que víamos anos atrás, quando tudo era privado até que fosse permitido se tornar público”, declarou Fabio Dragone, diretor de Digital e Inovação no Grupo Bradesco Seguros, moderador do painel. 

Washington Vital, Head de Data Analytics e Transformação Digital da SulAmérica Seguros, participou como debatedor e declarou que as seguradoras são vistas como empresas de dados, mas é preciso evoluir. “Por décadas, trabalhamos dados de diversas formas, com muitos estudos de números e estatísticas. O mercado de seguros está avançando no processamento dos dados dos consumidores, mas ainda está atrás de outros mercados, como o de mídia, por exemplo. Temos que atuar nessa revolução pensando em escala. Toda seguradora é vista como analítica, mas a maioria ainda atua no modelo tradicional, processando dados estatísticos de forma lenta, mas o mundo está em ebulição. Precisamos de profissionais com habilidades para essa transformação”, finalizou.

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