Simplificar para negociar. Essa foi a mensagem de Alessandro Maracaja, CEO da Solutions One, empresa especializada em operacionalizar projetos com escopo de vendas, arrecadação recorrente e pós-venda para o mercado segurador. O alerta foi feito durante sua palestra “Open Insurance – O Futuro aqui e agora”, no CQCS Insurtech & Inovação, para uma plateia recheada de corretores.
A pergunta que Maracaja lança aos participantes é onde entra o Open Insurance na realidade do mundo de negócios. Para explicar, o executivo refere-se ao fenômeno tecnológico que pode ser aplicado em larga escala – a transformação digital. “Mais do que um movimento tecnológico; é uma nova forma e se fazer negócios onde o engajamento com o cliente torna a empresa forte”, salienta. “Open Insurance é exatamente se adaptar do ponto de vista tático e operacional, para atender a essa nova demanda”, completa, reforçando que a arquitetura do negócio não pode ser complicada.
Ao abordar o assunto a partir da visão de um órgão regulador, o analista técnico da Susep, Carlos Gonçalves de Almeida, salienta a importância do cuidado que se deve ter com a fiscalização diante de tanta inovação. “Temos que acompanhar tudo com muito cuidado. Hoje, a tecnologia é vista como substituição para tudo. A disrupção, muitas vezes, surge de um player de fora do mercado”.
Almeida reforça o fato de que o mercado de seguros já tem uma história consistente de três séculos e que seguro é um investimento de longo prazo. “Quando falamos em seguros, pensamos em solvência, que é importante para todos. Os produtos mudam, a forma de vender muda, mas será que a forma como o seguro é feito vai mudar ? O mutualismo é a base do seguro, mas será que o modelo B2B se sustenta?”, indaga.
Pensando num mundo de plataformas digitais, IoT, telemetria, big data, blockchains entre outras coisas, o órgão criou uma comissão especial de Desenvolvimento de Inovação e Insurtech, trazendo novas resoluções afim de facilitar e tornar mais maleável a contratação por meios remotos. “A Susep quer se aproximar cada vez mais do mercado e dos prestadores de serviços do setor. Mas, precisamos saber quais são as dificuldades”, estimula o executivo.
No final da plenária, Marcelo Moura, diretor de produtos Automóvel e massificados da HDI Seguros, abordou a importância da transformação da indústria como um todo diante de um “mar” de startups e de novas experiências digitais. “Com novas formas de coletas de dados e novas decisões, podemos mudar o mercado”, almeja.
Em sua apresentação, Moura enfatizou a importância de conectar gestão pública, seguradora e cliente diante das novas experiências. “Já existem vistorias automáticas, sinistro digital, tudo direto no app, trazendo facilidade para o cliente.
“Open Insurance requer um novo mindset de todos os lados. Precisamos nos planejar para abrir e aproveitar cada vez mais todas as fontes possíveis e imagináveis. A ideia é buscar fontes que o senso comum não entenda que faça sentido, mas a matemática sim. Devemos abrir esse ecossistema para funcionarmos ainda melhor. Começarmos a co-criar mais produtos e levar informação para que todos cresçam. Essa é a minha visão de Open Insurance”, concluiu Moura.