No cenário corporativo atual, a decisão entre hospedar dados e sistemas na nuvem ou manter uma infraestrutura interna é crucial para muitas empresas. Essa escolha impacta diretamente custos, segurança, manutenção e escalabilidade das operações empresariais.
Alexander Magalhães, Head of Cloud Collaboration da Witec IT Solutions, destaca as principais vantagens da nuvem. “A principal vantagem da nuvem é a flexibilidade e escalabilidade. Empresas podem facilmente ajustar seus recursos conforme a demanda, sem os custos iniciais elevados de hardware e manutenção,” afirma.
A nuvem oferece um modelo de pagamento conforme o uso, eliminando a necessidade de grandes investimentos iniciais. “Com a nuvem, as empresas podem se concentrar no que fazem de melhor, sem se preocupar com a gestão de infraestrutura,” ressalta ele.
Magalhães também enfatiza que a manutenção, atualizações de software e a segurança são geridas pelo provedor de serviços, liberando a equipe interna de TI para focar em tarefas estratégicas. “Para muitas pequenas empresas, esses custos podem ser proibitivos,” observa o especialista da Witec. “Além disso, a segurança e a conformidade com regulamentos exigem expertise contínua e recursos adicionais.”
Felipe Gallo, Data Center Sales Executive da A4 Informática (Dell Partner Titanium), reconhece essas vantagens, mas alerta para os custos recorrentes. “Apesar de a nuvem parecer mais econômica a curto prazo, os custos recorrentes podem aumentar substancialmente ao longo do tempo,” diz ele, citando taxas de transferência de dados e armazenamento contínuo como fatores que podem extrapolar os custos de manter uma infraestrutura interna.
Controle e segurança da infraestrutura interna
A segurança dos dados é uma preocupação primordial para qualquer empresa. “Embora alguns gestores ainda hesitem em migrar para a nuvem por questões de segurança, os provedores de nuvem modernos oferecem soluções de segurança robustas,” afirma Magalhães. “Isso inclui criptografia de dados, monitoramento contínuo, controle de acesso rigoroso e proteção contra ameaças cibernéticas.” Ele também menciona que muitas vezes a nuvem pode ser mais segura do que soluções internas, graças aos recursos avançados e à equipe especializada que os provedores de nuvem possuem.
No entanto, Felipe Gallo argumenta que a infraestrutura interna proporciona controle absoluto sobre as medidas de segurança, crucial para empresas que lidam com dados altamente sensíveis. “Empresas podem preferir manter esses dados localmente para evitar riscos associados à transmissão de dados pela internet e a depender de terceiros para a segurança,” explica.
Magalhães reconhece que a proximidade física dos servidores aos usuários finais pode ser uma vantagem da infraestrutura interna. “A proximidade física dos servidores aos usuários finais e aos sistemas críticos pode reduzir atrasos e aumentar a eficiência operacional,” admite ele. Gallo complementa que, em setores onde a velocidade e a resposta em tempo real são cruciais, como em transações financeiras ou em aplicações industriais, a latência da nuvem pode ser um fator limitante.
Um exemplo prático é o caso da Confirp Contabilidade, que necessita de alto desempenho e baixa latência para suas operações. “Para empresas como a Confirp, a infraestrutura interna pode oferecer vantagens significativas em termos de desempenho,” observa Gallo. “A proximidade dos servidores aos usuários finais é essencial para reduzir atrasos e aumentar a eficiência operacional.”
Custos e flexibilidade financeira
A escolha entre custos fixos e variáveis também deve ser considerada. “Com a nuvem, você tem a vantagem de custos previsíveis e escaláveis,” diz Magalhães, ressaltando que isso é especialmente benéfico para empresas em crescimento que precisam de flexibilidade financeira.
Por outro lado, Gallo menciona que, apesar da ausência de investimentos iniciais elevados, os custos recorrentes da nuvem podem ser cumulativos. “Recentemente, temos observado um movimento de retorno ao on-premises por diversas empresas que inicialmente migraram para a nuvem,” afirma ele, citando a necessidade de maior controle de dados e economia de custos a longo prazo.
Quanto às tendências futuras, Magalhães aponta para um aumento na adoção de soluções híbridas, que combinam nuvem e infraestrutura interna. “Esse modelo oferece o melhor dos dois mundos, permitindo que as empresas mantenham dados críticos localmente enquanto aproveitam a escalabilidade e flexibilidade da nuvem.”
Ele também prevê um crescimento na adoção de tecnologias de Inteligência Artificial e Machine Learning na gestão de infraestruturas de TI, otimizando ainda mais a eficiência e segurança. “O futuro da TI está em soluções híbridas e integradas. Empresas que adotarem essas tecnologias estarão mais preparadas para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades,” conclui Magalhães.
Em última análise, tanto a nuvem quanto a infraestrutura interna têm suas vantagens e desvantagens. A decisão entre elas depende de vários fatores específicos de cada empresa, incluindo tamanho, orçamento, necessidade de controle e requisitos de conformidade. O especialista da Witec conclui com um conselho prático: “Avalie cuidadosamente suas necessidades, consulte especialistas e considere uma abordagem híbrida se estiver incerto. A escolha certa pode trazer significativas vantagens competitivas para o seu negócio.”
Felipe Gallo reforça a importância de uma análise detalhada dos custos a longo prazo e da necessidade de controle absoluto sobre os dados. “A infraestrutura interna continua a ser uma escolha preferencial para muitas empresas devido ao controle total sobre os dados, segurança, conformidade, custo a longo prazo, desempenho e personalização,” finaliza ele.
Com a orientação certa e uma estratégia bem definida, as empresas podem navegar com sucesso pelo complexo mundo da hospedagem de dados e sistemas, aproveitando as vantagens de ambas as abordagens conforme suas necessidades específicas.