Com crescimento de 3,4% em relação ao ano de 2022, o setor segurador pagou R$ 207,2 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios nos primeiros 11 meses de 2023, excluindo os dados relacionados à Saúde Suplementar. Um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) revelou que esse montante superou em 22,5% os R$ 169,2 bilhões pagos pelo Governo Federal aos beneficiários do Bolsa Família em todo o ano anterior. Apenas em novembro, foram aproximadamente R$ 19 bilhões em pagamentos, mais de R$ 4 bilhões maior do que o realizado pelo programa governamental no período.
O 11º mês do ano também foi destaque em arrecadação, uma vez que apresentou a uma das melhores taxas de crescimento do ano passado. Com 14,7%, novembro ficou atrás apenas de janeiro, que avançou 19,7%. O aumento na demanda por produtos de seguros em 2023 foi identificado pela CNseg também no acumulado do ano, quando, de janeiro a novembro, ocorreu a evolução de 8,9% em relação a 2022, com mais de R$ 351 bilhões arrecadados no consolidado de todos os ramos, sem Saúde Suplementar.
Dentre os grupos de produto do setor, no período analisado pela Confederação, observou-se um aumento expressivo na procura pelos seguros de Crédito e Garantia (+18,2%), que assegura proteção contra inadimplência e provê garantia em contratos; os Patrimoniais (+17,3%), que compreendem os seguros Condomínio, Residencial e Empresarial; o Habitacional (+12,4%), obrigatório em financiamentos imobiliários; e o de Vida (+12,4%). Em termos de retorno aos clientes, foram destaques os seguros de Crédito e Garantia (+58,5%), o Viagem (+43,4%), os planos de Previdência Tradicional (27,9%) e os seguros Patrimoniais (+14%).
Dados da Saúde Suplementar
Últimos dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que no acumulado até o terceiro trimestre de 2023, as contraprestações do segmento de Saúde Suplementar arrecadaram R$ 206,5 bilhões, valor 13,8% superior ao de 2022. Em relação aos pagamentos aos beneficiários, foram reembolsados R$ 178,6 bilhões no mesmo período, crescimento de 12,5% sobre o mesmo período do ano anterior. Os planos Médico-Hospitalar pagaram R$ 176,4 bilhões e os planos exclusivamente Odontológicos, R$ 2,2 bilhões, uma alta de 11,5%, na mesma comparação.
Segurança em adversidades
À luz dos recentes temporais que têm impactado grande parte do Brasil e da aproximação do Carnaval, período em que é observada a maior exposição de imóveis a tumultos e desocupação por conta de viagens e férias, a CNseg destaca a importância dos seguros Residencial, Empresarial e Condomínio. Uma diferença importante, destacada pela CNseg, é que o seguro Condomínio é obrigatório, ao contrário do seguro Residencial.
Esses produtos têm como característica, basicamente, a cobertura de riscos relacionados a bens e, geralmente, cobrem, de forma obrigatória, os riscos de incêndio, de queda de raios e de explosão. Em conjunto, eles arrecadaram mais de R$ 8,8 bilhões em 2023, 17,4% a mais que em 2022, e pagaram em indenizações R$ 3,3 bilhões, evolução de 8,3% em relação ao ano anterior.
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Projeções
A expectativa da CNseg para o fechamento do ano de 2023 é que o setor atinja um faturamento de R$ 663 bilhões, registrando um avanço de 10,4%, considerando todos os segmentos, o maior da história do setor. A Confederação estima, ainda, que o mercado segurador cresça 11,7% em 2024.