Muita gente ainda se confunde quando tenta explicar exatamente o que é mentoria, para quem serve e como funciona. Basicamente, é um processo para profissionais que buscam alcançar seus objetivos na carreira com o apoio de outro profissional (mais experiente) que pode dividir conhecimento que irá apoiar nesta jornada. Então, quanto mais experiência o mentor tiver frente as aspirações do mentorado, melhor será o processo.
Diferentemente do coaching, que trabalha mais focado em insights e deixa o coachee chegar a sua própria conclusão de como enfrentar uma situação, a mentoria vai um passo além. O mentor, por ser um profissional mais experiente, tem o papel de apresentar direcionamentos e acompanhar o mentorado para que este se desenvolva de forma mais rápida e assertiva, aprimorando suas técnicas e processos de tomada de decisões.
Além disso, na mentoria não existe um prazo de tempo determinado para que o processo termine. Isso vai depender do desenvolvimento do mentorado e o sucesso dessa caminhada em busca do seu objetivo. A partir dessa troca de experiências, o coachee aprende e parte para a execução, sempre podendo contar com o apoio do mentor durante o processo.
Apesar de parecer que a mentoria é algo mais voltado para C-Levels, qualquer pessoa pode contar com um mentor. Empresários (experientes ou não) e gestores estão entre os que mais buscam o apoio desse tipo de profissional. Talvez por conta do crescimento desta percepção, a ferramenta passou a ser cada vez mais utilizada no mercado de trabalho.
O processo de mentoria em si é algo relativamente simples. O primeiro passo envolve muita conversa. A partir de vários encontros (presenciais ou virtual), o mentorado explica suas dificuldades e necessidades ao mentor, que faz diversas perguntas para entender melhor o que precisa ser feito; e se existe um ‘match’ para que o projeto seja desenvolvido (em alguns casos, o mentor inicial pode indicar outro por entender que a necessidade apresentada poderá ser melhor endereçada por um colega).
O passo seguinte envolve a criação de um plano estratégico para apoiar o mentorado a entender o que ele/ela deseja e o porquê. Com base na experiência do mentor, fica mais fácil entender os desafios que terão pela frente e como superá-los para alcançar o objetivo, bem como se a meta inicial deve ser mantida ou precisa ser ajustada (sempre aberto a discussão e decisão do mentorado).
Entre os benefícios que o programa de mentoria oferece, além de uma maior previsibilidade e probabilidade de superação mais assertiva dos desafios, estão também o amadurecimento e o desenvolvimento profissional, o aumento da confiança (principalmente na tomada de decisões), o fortalecimento do networking e, inevitavelmente, um incremento da produtividade deste profissional.
Por tudo isso, essa troca de experiências que a mentoria oferece é bastante positiva. Geralmente o mentorado desenvolve muito rápido algumas de suas habilidades e se transforma num executivo mais completo, evitando algumas dificuldades não necessárias neste processo, ou seja, criando uma trilha mais segura e sólida rumo aos objetivos definidos.
Acredito sinceramente que esse ambiente de cooperação entre as duas partes – onde devem ser compartilhados tanto os sucessos, quanto os aprendizados que muitas vezes veem de equívocos – é vital para o desenvolvimento do profissional. Carregar sozinho toda a responsabilidade de gerir áreas, times e empresas pode terminar sendo um fator de peso psicológico grande. É também neste momento que poder conversar com um mentor auxilia, não apenas para entender cenários e caminhos, mas para também ter alguém que o ouça e entenda sua real situação por já ter passado por algo similar.
A mentoria é um projeto a dois, onde as partes necessitam se dedicar e realmente estarem abertas a escutar e aprender, para juntos desenvolverem trilhas que auxiliem o mentorado a alcançar seus objetivos de forma sólida e, claro, tendo alguém para conversar e buscar uma solução ou entendimento para a pergunta: “Por que?”
Por Newton Queiroz, Mentor e CEO da Europ Assistance
