Todo mundo que tem um aparelho de telefone celular está vulnerável a sofrer uma abordagem de smishing – modalidade de golpe que tem como objetivo roubar dados e senhas através do SMS. É um risco tanto para os consumidores quanto para as marcas, que têm seus nomes atrelados a ações fraudulentas.
Segundo dados da empresa de segurança PSafe, só no primeiro semestre de 2021 foram mais de 2,3 milhões de golpes financeiros detectados no Brasil, o que representa uma tentativa a cada seis segundos, tendo como principal meio o SMS. Liz Zorzo, gerente Global de Antifraude da Sinch, explica que há meios de blindar empresas e clientes contra golpes de smishing: “O cuidado precisa vir dos dois lados, tanto de quem recebeu a mensagem quanto das marcas, e criar uma relação de confiança é fundamental neste processo.”
Michele Bader, VP de Operações na Sinch Latam, explica que as empresas sem conexões diretas com operadoras e que usam grey routes não têm controle nenhum sobre as mensagens enviadas. “Essas companhias estão usando canais não oficiais, não homologados, canais que não são controlados, que possibilitam o envio de conteúdo com temas que podem ser sensíveis ou polêmicos, mensagens que não foram solicitadas pelo cliente e publicidade que não é de interesse da pessoa. Nesses casos, realmente não existe um cuidado com os conteúdos que estão sendo enviados.”
O processo de segurança começa nas empresas, com a criação de meios de comunicação confiáveis. O primeiro passo é contratar uma prestadora de serviços homologada, com um compliance efetivo e certificações ISO, que tenha conexão direta com operadoras e que leve muito a sério a redundância de sistema e plataformas.
A utilização de um sistema e uma equipe operacional de confiança, com a identificação correta das mensagens e o estabelecimento de canais oficiais de comunicação, são fatores primordiais para evitar que os consumidores caiam nas armadilhas. Quanto mais pontos de segurança e monitoramento, mais difícil fica para o fraudador enganar alguém.
A melhor forma de uma empresa se proteger e garantir uma comunicação eficiente com seu público é contar com um fornecedor que tenha plataforma e infraestrutura adequada, “por isso é importante que as marcas que fazem uso do serviço de mensageria, independentemente do setor de atuação, tenham sistemas seguros, homologados junto às operadoras de telecomunicações, com uma área de antifraude de segurança e time multidisciplinar para cuidar da qualidade do conteúdo enviado”, reforça Zorzo.
Para o usuário final, a principal recomendação de Liz Zorzo é: “Se você recebeu algo suspeito, como ofertas de empregos milagrosas, mensagens de banco, boletos e/ou dívidas que não fazem sentido, ou até mensagens com erros de digitação, não clique em nada, apenas reporte.”
Se o remetente for um número regular de celular com mais de 8 dígitos, as chances de ser fraude são enormes. Isso ocorre, pois, esse tipo de remetente, que representa mais de 85% dos reportes de fraude, não é vinculado a um serviço oficial oferecido pelas operadoras de telefonia móvel. Por sua vez, mensagens que chegam de um código numérico curto (de 3 a 6 caracteres ou pelo nome da empresa) são mais confiáveis, mas, ainda assim, é preciso ter atenção.
Assim, se chegarem mensagens suspeitas, que não façam sentido, não foram solicitadas ou estão fora de contexto, o ideal é nunca ligar para o número desses remetentes, bem como não fazer transferências bancárias ou PIX com base exclusivamente nessas mensagens. Neste ponto, o gerente de Antifraude da Sinch reforça: “Sempre se pergunte ‘eu sou cliente deste banco?’, ‘eu utilizo o serviço desta empresa?’. Se a resposta for não: reporte e, em caso de dúvida, cheque a informação em outro canal ou diretamente com a empresa que, supostamente, te contatou”, finaliza Bader.
SMS pirata e o grande risco para marcas e clientes
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