Oliver Wyman avalia em relatório oportunidades do Open Insurance para seguradoras, insurtechs e corretoras

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Quase 40% dos brasileiros estão abertos a compartilhar os seus dados de transação de seguros e outros 40% considerariam compartilhar seus dados com outras companhias de seguros se isso significar melhores ofertas de serviços, segundo levantamento da consultoria. Relatório também destaca as oportunidades e desafios para seguradoras e corretoras e os novos modelos de negócios que podem surgir nos segmentos B2C e B2B com a introdução da SISS

Um amplo estudo da consultoria de estratégia e gestão Oliver Wyman traz um panorama da transformação que pode ocorrer no mercado de seguros com a chegada do Open Insurance. De acordo com a consultoria, o novo ecossistema, quando totalmente operacional, impactará positivamente o mercado de seguros no Brasil, ampliando e melhorando a oferta de produtos e serviços, ao permitir que o cliente compartilhe seus dados, de maneira segura e fácil, entre seguradoras e com sociedades iniciadoras de serviços de seguros.

 

“A expectativa é que o impacto seja maior nas linhas de produtos massificados, focados em pessoas físicas e pequenas empresas, e que os clientes tenham acesso a serviços mais customizados às suas necessidades e com condições mais vantajosas”, afirma a sócia da área de serviços financeiros da consultoria Oliver Wyman no Brasil, Laura Maconi.

 

A alta propensão dos brasileiros em adotar novas tecnologias e compartilhar dados, facilitará a adoção no Brasil. Uma pesquisa da consultoria Oliver Wyman com 3 mil brasileiros realizada neste ano, revelou que quase 40% estão abertos a compartilhar os seus dados de transação de seguros e outros 40% considerariam compartilhar seus dados com outras companhias de seguros se isso significar melhores ofertas de serviços.

 

“É importante destacar, no entanto, que a adoção do Open Insurance dependerá da operação exitosa do ecossistema (do ponto de vista tecnológico e de qualidade de dados), da boa experiencia do usuário na jornada de consentimento e da capacidade do mercado de gerar valor aos clientes e comunicar os benefícios de forma efetiva”, ressalta a sócia da Oliver Wyman. Nesse sentido, segundo ela, alguns exemplos de soluções que poderão surgir são ferramentas aprimoradas de comparação de produtos de seguro; agregadores financeiros (de apólices de seguros e produtos bancários) e apólices de seguros inovadoras, mais adequadas às necessidades e perfil do cliente.

 

Desafios de implementação do Open Insurance — tecnologia e qualidade dos dados

 

Na avaliação da executiva, a implementação do Open Insurance, similar à de Open Banking, traz desafios na sua implementação, sendo o principal dele o de tecnologia e qualidade dos dados, considerando o grau de complexidade da iniciativa e o curto prazo regulatório definido.

 

“Tanto a convenção responsável pela implementação precisa garantir que a documentação disponibilizada seja robusta e completa, para mitigar problemas de conexão e inconsistência de padrões entre participantes, quanto os próprios participantes precisarão investir em seus parques tecnológicos e capacidades analíticas para conseguirem se conectar ao ecossistema, compartilhar dados de boa qualidade de maneira fluida e transformar dados em soluções de valor agregado para os clientes”, diz Laura Maconi.

 

Ela ainda explica que a experiência do cliente em sua jornada de consentimento é um desafio adicional para o Open Insurance (maior do que para o Open Banking), que está sendo discutido pelo mercado e precisará ser superado para permitir ampla adoção dos clientes. “Na maioria dos casos, o consumidor não se relaciona de forma digital com sua seguradora — diferentemente de um banco. As seguradoras precisarão criar uma área logada, que por vezes não existe, para realizar a autenticação do cliente ou alavancar parceiros confiáveis nesse processo. Por exemplo, instituições financeiras ou provedores de serviços de autenticação”, afirma.

 

Interoperabilidade entre Open Insurance e Open Banking — oportunidades e desafios

 

A interoperabilidade entre o ecossistema do Open Insurance e o de Open Banking é uma grande oportunidade para que o cliente possa consolidar e gerenciar toda sua vida financeira (de forma mais ampla) em um único lugar. Porém, apresenta desafios significativos em termos de governança dos ecossistemas e tecnologia que precisam ser cuidadosamente planejados. A interoperabilidade só poderá começar após a implementação dos dois ecossistemas estar completa e a operação estável.

 

Os diferentes desafios e oportunidades para seguradoras, insurtechs e corretoras

 

De acordo com o estudo da Oliver Wyman, os players de mercado enfrentarão diferentes oportunidades e desafios neste novo ecossistema, tendo que inovar e melhorar a experiência do cliente para manter a competitividade.

 

Seguradoras e Insurtechs

 

Para as seguradoras e as insurtechs, as oportunidades são de fortalecimento do relacionamento com o cliente final, desenvolvimento de produtos inovadores, mais personalizados, a partir da melhor avaliação das necessidades e riscos de novos clientes.

 

Entre os desafios estão o investimento significativo para cumprir as exigências e extrair valor do Open Insurance. A concorrência baseada em preços também pode aumentar, comprimindo as margens e aumentando a propensão à troca de seguradoras ao longo do tempo. Existem também os riscos intrínsecos de maior exposição a riscos cibernéticos, vazamento de dados e responsabilidade legal associada a isso.

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