Para titular da Susep, pandemia mostrou que é preciso ampliar o acesso ao seguro

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No almoço do CVG-SP, Alexandre Camillo elogiou o mercado segurador pela sensibilidade de indenizar sinistros de covid, mas reconheceu que poucos foram beneficiados.

 

O Clube Vida em Grupo São Paulo (CVG-SP) contou com a participação do superintendente da Susep, Alexandre Camillo, no seu tradicional almoço, realizado no dia 22 de junho, no Terraço Itália. Recebido pelo presidente Marcos Kobayashi e diretoria do CVG-SP, Camillo apresentou aos convidados dados de desempenho do setor de seguros, as principais ações de sua gestão e os próximos passos. Dentre as autoridades do mercado que prestigiaram o evento estava o presidente da FenaPrevi, Edson Franco, e o presidente do Sincor-SP, Boris Ber.

 

Camillo destacou a pujança do setor, que cresceu 16,6% no primeiro quadrimestre em comparação com o ano passado, e o bom desempenho do seguro de vida, que cresceu 17% nesse período. Os dados dos últimos três anos revelaram que o seguro de automóvel voltou a crescer (25,9% no último quadrimestre) e que o seguro cyber atingiu três dígitos de crescimento em 2020 (130,8%) e em 2021 (173,7%). O seguro de vida também se destacou, com 16,9% em 2021 e 14% de crescimento em 2020.

 

“O bom desempenho do seguro de vida é efeito da pandemia, que mudou a matriz de risco”, disse. O superintendente elogiou a atitude solidária do mercado segurador, que decidiu indenizar sinistros provocados pela covid, apesar de a pandemia ser um risco excluído, mas observou que apenas uma pequena parcela da população foi beneficiada. “Existe um gap entre o número de pessoas vitimadas pela covid e o número das que foram prontamente atendidas pelo seguro. Isso mostra que temos um longo caminho a percorrer”, disse.

 

Segundo o superintendente, mais do que aumentar a receita do seguro de vida, o mercado deve se empenhar em entender por que quase 90% das famílias das vítimas fatais da covid não tiveram acesso ao seguro. Nesse aspecto, o vice-presidente do CVG-SP, Marcio Batistuti, se manifestou durante o debate questionando se o mercado não estaria falhando ao não divulgar melhor o volume de indenizações por covid, que atingiu R$ 6,5 bilhões no ano passado.

 

Camillo afirmou que mais importante do que divulgar números de seu desempenho é o mercado tentar se aproximar mais da sociedade. Por outro lado, lembrou que a questão é delicada e que a divulgação poderia soar como “a exploração de um momento difícil”. Ele avalia que é preciso traduzir a conscientização em entendimento com a sociedade. A seu ver, os brasileiros estão mais expostos a riscos, tanto da pandemia, como também das mudanças climáticas e tecnologia. “O risco está batendo à porta”, disse.

 

O presidente da FenaPrevi reforçou a fala de Camillo, ponderando que a divulgação do montante de indenizações por covid corre o risco de ser mal interpretada. “No momento de dor das famílias, a nossa manifestação pode ser vista como a exploração do luto com o objetivo de vender produtos”, disse. Por outro lado, ele reconheceu que é hora de ressaltar a contribuição social do seguro para que o governo e os poderes públicos entendam a importância. “Precisamos deixar clara a missão social inerente ao nosso setor”, acrescentou Edson Franco.

 

Desafios da Susep

Durante o evento, o superintendente elencou algumas ações consolidadas da Susep, como a segmentação, a simplificação do estoque regulatório, os avanços nas normas de seguros de danos e a simplificação do seguro auto. Dentre as ações em curso, ele destacou a interoperabilidade entre o Open Insurance e o Open Banking, aproveitando para esclarecer que não tem poder e intenção de impedir esse processo. “Não há como, até porque é um anseio da sociedade”, disse, acrescentando que a Susep está trabalhando intensamente para viabilizar o Open Insurance.

 

Um dos próximos passos da autarquia, segundo o superintendente, é aprovar as novas regras de sustentabilidade do setor, que a seu ver trarão enormes oportunidades, e estimular o microsseguro para suprir o gap de proteção da sociedade. Ele alertou os corretores de seguros sobre a necessidade de se adaptarem às novas tecnologias e tendências e informou, em seguida, que a categoria está crescendo. “Neste ano teremos 6 mil novos registros, o que representa um crescimento de 20% e demonstra o interesse pela atividade”, disse.

 

Camillo comentou, ainda, a responsabilidade e os desafios da Susep com as demandas atuais, como, por exemplo, a fiscalização das novas empresas do sandbox, que já são 31. “O sandbox já representa 20% da supervisão”, disse. Segundo ele, a Susep atua, também, no processo de securitização, além de supervisionar o uso de tecnologias em processos, como a inteligência artificial aplicada à subscrição. “A Susep está preparada para atender ao setor e à sociedade, permitindo um ambiente estável, seguro e confiável para que possamos evoluir com nossos negócios e fomentar o pleno desenvolvimento do nosso setor”, disse.

 

Homenagem e nova associada

O presidente do CVG-SP exaltou o trabalho do superintendente ao homenageá-lo com uma placa. “Camillo, temos confiança no seu trabalho e sabemos do seu compromisso e dedicação para uma gestão diferenciada, que, aliás, já está sendo”, disse. “Meu desejo é fazer as melhores entregas. Peço a vocês a confiança e apoio ao nosso trabalho”, disse Camillo, ao lado do diretor Camilo de Oliveira Nagano e do chefe de gabinete Walter Nagao.

 

Um dos momentos marcantes do almoço foi a entrega do título de sócia-parceira do CVG-SP para a Humana Seguros, representada por Rodrigo Bertacini, filho do saudoso Osmar Bertacini, e por Amélia Cerqueira. “É simbólico esse momento em que o CVG-SP retorna à sua origem, agora em espaço cedido pela Humana. O Rodrigo, com seu talento e empreendedorismo está criando uma nova Humana, mais moderna e inovadora”, disse Kobayashi. “Hoje, aqui com essas pessoas, ele (Osmar Bertacini) lá em cima deve estar muito orgulhoso”, disse Rodrigo.

 

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