Relatório Insurtech Global Outlook 2022, da NTT DATA, analisa as tendências, desafios e oportunidades para o setor de seguros, e traça um panorama das insurtechs com maior impacto sobre o setor
São Paulo, maio de 2022 – A NTT DATA, sexta maior consultoria de TI e Negócios do mundo, apresenta a sexta edição do relatório Insurtech Global Outlook 2022, um estudo que analisa as principais tendências do ecossistema das Insurtechs e o impacto que as tecnologias avançadas e os novos modelos de negócios geraram em 2021.
O estudo foi ampliado para analisar detalhadamente as quatro “Forças de Aceleração de Ecossistemas Líquidos do Setor de Seguros” daquelas organizações que, pela necessidade de seu próprio negócio, afetam a evolução dos ecossistemas, acelerando ou desacelerando a trajetória da indústria de seguros: insurtechs; seguradoras e seus laboratórios digitais; novos players e gigantes tecnológicos; e regulamentações.
Esta edição faz uma análise de mercado com base na recuperação após um 2020 marcado pela pandemia e no fortalecimento do setor em 2021. A análise conjunta de todos os fatores fornece uma visão realista do setor, desde as preferências dos investidores até as tendências tecnológicas que redesenha o universo dos seguros nesta nova era digital.
Em relação às Insurtechs, o estudo aborda diversos aspectos, como o investimento e o posicionamento das seguradoras que foram destaque em 2021 e analisa os relevantes investimentos em startups. Também foi realizado um estudo sobre os novos players, que demonstraram em 2021 ter um grande interesse em monetizar suas tecnologias internas, realizando investimentos ou estabelecendo alianças com startups.
Alejandro Morán Marco, Sócio e Head de Seguros para as Américas da NTT DATA Europe & Latam, afirmou: “As Insurtechs são parte fundamental da evolução do ecossistema de seguros, por isso é importante para a NTT DATA entender quais são as principais tendências do futuro e avaliar o impacto do uso de tecnologias, tais como Big Data, Inteligência Artificial e IoT em novos e tradicionais players. Com o desenvolvimento dessas tecnologias, ajudamos na modernização e digitalização do setor de seguros e damos suporte a startups em sua evolução digital.”
Maior investimento, maturidade do mercado, tecnologia de suporte às tendências das Insurtechs e redução da disparidade entre a Europa e os Estados Unidos
O investimento global em Insurtech atingiu a marca de US$ 10,1 bilhões. Este valor representa um aumento de 38% em relação a 2020, marcando uma nova ascensão histórica e uma clara consolidação do mercado. No entanto, as Insurtechs receberam 50% de seu financiamento somente nos últimos dois anos. Com relação ao número de negócios concretizados, houve uma discreta redução em relação a 2019, ano em que foi registrado um número recorde de 393 operações.
O crescimento do investimento também é um reflexo do compromisso das seguradoras com o ambiente das Insurtechs, visto que o número de investimentos, assim como o próprio montante em 2021, aumentou exponencialmente. Em comparação com o ano anterior, houve um avanço de 175% nos valores investidos.
Em 2021, com o sucesso da vacinação e a recuperação da economia frente à COVID-19, o volume médio das operações cresceu e alcançou a maior média histórica por operação: US$ 41 milhões. Os investidores mantiveram um claro interesse nas Insurtechs e aumentaram seus investimentos desde o início de recuperação da pandemia, com um crescimento exponencial de 2020 a 2021.
Nos últimos anos, observou-se um aumento do interesse de investidores em tendências tecnológicas, como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), análise preditiva, com importantes investimentos de seguradoras, gigantes tecnológicos e grandes empresas do setor. Cerca de 61% das seguradoras estão utilizando a IoT, viabilizando novas oportunidades de negócios, incorporando novos conjuntos de dados para melhorar a avaliação e prevenção de riscos, monitorando o comportamento do cliente e promovendo mudanças comportamentais.
A Europa, que se destaca em financiamento, finalmente reduziu a disparidade com a América do Norte, que, embora ainda mantenha a liderança, não concentra as empresas com maior volume de financiamento, e devido aos grandes acordos, a região europeia foi a que registrou a maior taxa de crescimento em 2021. Este ano, o panorama foi muito mais diversificado quanto às regiões onde houve aumento de financiamento, ocorrendo em três regiões principais: Ásia, Europa e América do Norte.
Os Estados Unidos continuam sendo a região com o maior volume de investimento acumulado, incluindo cinco “mega acordos”. No entanto, o ritmo de crescimento mais acelerado da Europa indica que a disparidade com o mercado norte-americano desapareceu em 2021. Em contrapartida, o crescimento da Ásia manteve-se estável em relação ao observado nas outras duas regiões.
Quanto à participação dos investidores, o capital de risco aparece em destaque, apresentando crescimento em todas as regiões. Durante 2021, a presença de capital de risco na Europa cresceu aproximadamente três vezes em relação a 2015.
O dilema da disrupção: maturidade de mercado ou bolha?
Ao analisar detalhadamente o crescimento do financiamento, o estudo revela alguns padrões interessantes que poderiam confirmar, ou contestar, a real maturidade desses novos modelos. Uma destas análises é a comparação do crescimento da valorização nos últimos três anos das principais empresas fundadas entre 2013 e 2015 e entre 2016 e 2018. Ao comparar os dois grupos, podemos observar que as empresas mais jovens aumentam sua valorização mais rapidamente. Especialmente para aquelas que operaram no mercado norte-americano.
O crescimento acelerado do valor das empresas pode ser em parte atribuído ao aumento da presença de empresas de venture capital no setor, combinado com a maturidade do mercado e a crescente avidez para criar líderes de mercado. No entanto, também existe o risco de que uma nova bolha possa surgir neste mercado.
Tipologia das Insurtechs
O número de empresas que receberam mais de US$ 100 milhões em financiamento (unicórnios) quintuplicou desde 2017. Contudo, as startups de Insurtech registraram uma queda contínua durante o mesmo período, o que pode indicar uma redução na área de inovação. Neste cenário, as grandes lideranças consolidadas estão esgotando os recursos em busca da maturidade na “primeira onda” de inovação. Na amostra apresentada neste relatório, as empresas de Insurtech foram classificadas em três categorias principais: startups, scale-ups e unicórnios.
O relatório classifica como startups as Insurtechs fundadas há menos de três anos e com um aporte máximo total de fundos recebidos até US$ 5 milhões. As scale ups correspondem às Insurtechs que receberam um montante total de financiamento entre US$ 5 e US$ 100 milhões, em um máximo de dois anos entre as rodadas de financiamento.
Por último, as empresas unicórnios (outliners) são aquelas Insurtechs que receberam mais de US$ 100 milhões em financiamento e têm uma valorização de mais de US$ 1 bilhão. Curiosamente, são responsáveis por apenas 10% das Insurtechs da amostra e representaram 75% do total de financiamento em 2021. Vale ressaltar também que as startups, 45% da amostra, representam apenas 2% do valor total de financiamento.
O Insurtech Global Outlook 2022 da NTT DATA também identificou algumas tendências interessantes ao comparar as Insurtechs com as Fintechs.
- As Fintechs apareceram antes da Insurtechs, surgiram em consonância com a liderança dos bancos em processo de digitalização. Em geral, seu crescimento é mais lento, porém mais estável.
- As Insurtechs apresentam prazos menores de IPO em comparação com as Fintechs que, por sua vez, possuem prazos de IPO parecidos com as startups.
- Embora as Insurtechs gerem mais receita por cliente, as Fintechs possuem um número muito maior de clientes.
- O mercado percebe que o valor gerado pelas Fintechs é muito maior do que o gerado pela Insurtechs, e isso se reflete na grande disparidade de capitalização do mercado de ações.
Ao considerar o impacto global que cada um teve, é pouco provável que o setor financeiro apresente um cenário abrangente, e a limitada captação de mercado das Insurtechs sugerem que ainda é muito cedo para realizar uma análise definitiva. Ao comparar o desempenho do mercado de ações das Fintechs e das Insurtechs, existe uma nítida diferença. O auge dos investimentos e o impacto no mercado não estão alinhados. Enquanto o valor das ações da Fintechs está crescendo mais do que o índice S&P, o valor das ações das Insurtechs teve uma queda de mais de 60%.
Maturidade Insurtech — Há espaço para a inovação?
Entre as principais conclusões, constatou-se um declínio acentuado na criação de novas empresas Insurtechs. Também é interessante notar que entre 2020 e 2021, surgiu uma grande disparidade. O mercado está agindo conforme a maturidade e, sem dúvida, há menos inovação. As três categorias mais relevantes de Insurtech que foram temas de destaque durante 2021 são: marketplaces, animais de estimação e bem-estar.
No caso dos marketplaces, o sucesso em 2021 deve-se à crescente necessidade de empresas B2B integrarem os mercados, oferecendo assim a possibilidade de experiências mais líquidas, transparentes e em tempo real que facilitem as transações comerciais. O seguro incorporado está ganhando uma posição importante para facilitar a integração de diferentes soluções e das partes que podem, em conjunto, oferecer uma solução de seguro sem falhas nos marketplaces.
Quanto ao estilo de vida, é interessante ver que o bem-estar continua sendo. Os consumidores seguem em busca de uma experiência mais integrada que possa oferecer benefícios à saúde. As empresas deste setor têm a oportunidade de fazer parte do dia a dia dos clientes e agregar valor utilizando diferentes canais.
Para finalizar, as companhias de seguro para animais de estimação continuaram conquistando espaço no mercado de Insurtech durante o último ano. Startups geram modelos de negócios interessantes e oferecem produtos e experiências personalizadas que se conectam com a filosofia e as prioridades do proprietário de animais de estimação.
Faça o download do relatório completo aqui.