Guarulhos, SP 10/6/2021 – A importação do inox, no entanto, saltou de 113 mil para 143 mil, a maior em 10 anos.
Reflexos da pandemia de Covid-19 fez a produção de aço inox recuar a níveis abaixo de 2010. As indústrias do setor estão tendo um grande desafio na adaptação dos seus processos às novas realidades.
O ano de 2020 foi repleto de desafios e transformações no mercado em decorrência das implicações da pandemia de Covid-19, que estagnou a produção de muitas empresas ao redor de todo o mundo. No segmento do aço inoxidável, as usinas chegaram a desligar suas máquinas, utilizando apenas seus estoques para abastecer o mercado.
No Brasil, segundo análises disponibilizadas pela Associação Brasileira de Aço Inoxidável (Abinox), o resultado foi o menor em 10 anos, com uma produção de 276 mil toneladas. Em 2019, os números foram 303 mil. A importação do inox, no entanto, saltou de 113 mil para 143 mil, a maior em 10 anos. Além das dificuldades das usinas em repor o material, a alta do dólar contribuiu para essa busca no mercado internacional.
No entanto, a produção do inox mundial atingiu 50,9 milhões. Com exceção de 2019 quando os números alcançaram 52,2 milhões, foi o melhor resultado desde 2010.
As indústrias de manufatura do inox sentiram na pele a escassez do material no ano passado. Para se manterem, muitas aumentaram o prazo de suas entregas e preços, acompanhando diariamente as alterações do mercado. “Foi um ano de incertezas. Tivemos variações constantes no preço do aço, então não sabíamos se um projeto que orçamos hoje, conseguiria ser mantido no dia seguinte”, pontua Douglas Brito, diretor comercial da Projinox, fabricante de materiais em aço inox sob medida.
Em 2021, a produção do inox tem mostrado sinais de recuperação, mas as variações continuam. Segundo a Aprodinox divulgou em carta aberta, junho já iniciou com reajustes nos preços de produtos planos de aço inoxidável produzidos no Brasil. Para o próximo mês já estão sendo discutidos novos aumentos.
“A pandemia de Covi-19 mudou nossos hábitos em todos os sentidos, e as empresas de todos os segmentos terão de adaptar. É um desafio que vai perdurar pelos próximos anos, e os industriais terão de inovar suas produções para se manterem competitivos”, finaliza Brito.