Um começo de ano menos auspicioso do que o imaginado, afetado pelo recrudescimento da pandemia, é descrito em artigo sobre a economia brasileira publicado na edição nº 40 da Conjuntura CNseg, publicação da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg.
Um ano depois da decretação da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 12 de março do ano passado, responsável pela maior retração anual do PIB da série histórica corrente do País (-4,1% em 2020), o Brasil convive com o pior momento da pandemia da Covid-19 a partir de março de 2021.
De acordo com a publicação, os fortes estímulos fiscais, monetários, de crédito e emprego implantados pelo Governo e pelo Banco Central (BC) no ano passado, que suavizaram a contração potencial do PIB em 2020, são agora alvos de grande preocupação dos agentes econômicos. Em um cenário que a economia demora a ganhar tração, olha-se o preço alto da deterioração das contas públicas via tais estímulos, tendo em vista a situação fiscal que já era desconfortável antes mesmo da pandemia.
Atento aos sinais de turbulências produzidas pela inflação, que agora pode fechar o ano acima de 4,5%, com a variação em 12 meses avançando até cerca de 7,5% no meio do ano, em razão do comportamento atípico do IPCA no início da pandemia, o Banco Central (BC) começou um ciclo de aumento dos juros, apesar da falta de fôlego da economia. A decisão do Copom de elevar a taxa básica de juros, de 2% para 2,75%, veio acompanhada de sinalização de que o BC manterá novos ajustes na Selic. Há desafios enormes para a retomada, a começar dos danos provocados pelos juros, inflação em alta e câmbio volátil. A convergência de lideranças do Congresso Nacional, o calendário da vacinação e a moderação na criação de fatos políticos poderão ser fatores importantes para dissipar o ambiente de preocupações dos agentes econômicos.