A cada dia que passa, se torna mais nítida a importância do investimento em tecnologias disruptivas para nossas empresas, seja com a implementação de um novo software ou com processos operacionais mais otimizados, por exemplo. A verdade é que o conceito de transformação digital se reinventa a cada dia, e estar atento a essas mudanças é fundamental para qualquer gestor.
Para se ter uma ideia, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Software, em 2017 o setor de tecnologia obteve crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior, movimentando cerca de US$ 38 bilhões.
Já para este ano, a tendência é que os investimentos em inovação continuem crescendo. Uma pesquisa recente da Dimension Data revelou que as empresas estão buscando cada vez mais por tecnologias como Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Robótica. Elas procuram, ainda, por plataformas totalmente digitais que possibilitem a análise de dados para aperfeiçoamento do atendimento ao cliente.
Diante deste cenário, há diversos questionamentos sobre o papel a ser desempenhado pelos profissionais do futuro. Afinal, novas tecnologias substituirão os seres humanos?
Aliando novas tecnologias ao potencial humano
De acordo com o estudo A Revolução das Competências, do Manpower, o avanço da tecnologia vai transformar a dinâmica do ambiente de trabalho nos próximos três anos, fazendo com que cerca de 45% das atividades feitas por humanos passem a ser automatizadas.
No entanto, isso não significa que as pessoas ficarão sem emprego, muito pelo contrário. Nesse processo de transformação digital, a tendência é que as máquinas assumam tarefas repetitivas e manuais, abrindo espaço para que os profissionais atuem em funções mais estratégicas e que demandam maior criatividade.
Em minha trajetória na Odontoclinic, por exemplo, estive à frente de grandes projetos de transformação digital, no qual pude contar com a determinação de toda a equipe na implantação de soluções tecnológicas que otimizassem nossos processos operacionais. Para tanto, o essencial foi que todos enxergaram a tecnologia como aliada, abraçando-a.
Nesse sentido, é importante vê-la não apenas como uma ferramenta que proporciona otimização para os nossos negócios, mas que também gera grande potencial de oportunidades de capacitação, desenvolvimento e aprendizado para que os nossos profissionais construam novas competências e estejam preparados para mudanças dentro da empresa. É possível, inclusive, que as pessoas repensem suas carreiras e possam investir em novas capacitações profissionais.
Essa mudança de pensamento deve ser implantada, ainda, entre os gestores e todos os membros da companhia. Ou seja, é fundamental que as empresas adotem um mindset inovador, buscando aperfeiçoar as habilidades de seus colaboradores. De acordo com a especialista em processos de aprendizagem organizacional, Flora Alves, nesse cenário de transformação digital e grandes investimentos em automatização, é preciso, sobretudo, que a corporação pense em fortalecer as atividades que não podem ser robotizadas, enxergando as pessoas como parceiras valiosas na condução da transformação digital.
O papel do gestor nesse processo de mudanças
Conforme comento anteriormente, quando pensamos na transformação digital e na importância de implementar uma cultura inovadora dentro das empresas, o gestor tem papel essencial. Afinal, ele quem será o responsável por dar o pontapé inicial e buscar por estratégias que facilitem essa transição.
Na Odontoclinic, frequentemente participamos de palestras e oficinas que abordam justamente assuntos sobre tendências tecnológicas e transformação digital, para que esse processo de inovação dentro da nossa empresa seja feito da melhor forma possível, de modo que nossos colaboradores se adaptem às mudanças e possam oferecer os melhores serviços para nossos pacientes.
Mas para que esse processo seja eficiente, é preciso, sobretudo, que os gestores assumam uma postura de liderança e estimulem suas equipes a estarem atentas a todos os movimentos da transformação digital, interagindo de forma efetiva, de modo que, a cada dia, as atividades corporativas estejam mais otimizadas.
Com isso, além da empresa beneficiar seus profissionais, que se tornarão mais capacitados e alinhados as suas atividades, a corporação conseguirá juntar o potencial humano às novas tecnologias, missão essa que é indispensável para o cenário atual de negócios.
Por fim, é importante destacar que essa transformação de mentalidade deve ser estudada e revista a cada dia, uma vez que o conceito de disrupção se reinventa periodicamente. Nesse sentido, é preciso que os gestores e todos os membros da corporação se preocupem em estar sintonizados a todo e qualquer novo cenário de inovação. Afinal, como já dizia o ex-presidente dos EUA, John Kennedy, “mudança é a lei da vida. Aqueles que olham apenas para o passado ou para o presente certamente perderão o futuro.”
Lucas Romi é sócio-diretor da Odontoclinic