CSP-MG promove 11º Encontro para discutir avanços e desafios dos segmentos de Vida e Previdência Privada

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No dia 31 de outubro, o Clube de Seguros de Pessoas de Minas Gerais (CSP-MG) realizou, em Belo Horizonte, o 11º Encontro com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), reunindo profissionais e lideranças do mercado para uma discussão sobre os desafios e rumos do setor. A presença do presidente da FenaPrevi e CEO da Zurich, Edson Franco, foi o destaque do evento.

Franco apresentou uma análise atual do cenário e das tendências do setor de Pessoas, destacando que o volume de prêmios mais que dobrou nos últimos dez anos, saltando de R$ 29,8 bilhões para R$ 62,5 bilhões.

“Estamos diante de um paradoxo”, afirmou o executivo, ao enfatizar que, embora o Brasil seja a 9ª maior economia do mundo, ocupa apenas a 41ª posição em relação ao volume de prêmios sobre o PIB entre os 52 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Países com o Produto Interno Bruto similar ao brasileiro possuem um mercado de Seguros de Pessoas maior, o que reforça o potencial de crescimento do setor”, apontou.

Os dados da Swiss Re, também apresentados por Franco, evidenciam a lacuna de proteção social no Brasil. Segundo o estudo, o déficit de capital segurado é estimado em R$ 552 bilhões, o que, se convertido em prêmios, representaria cerca de R$ 79 bilhões adicionais, dobrando o tamanho do mercado atual. “Isso ilustra o enorme potencial de expansão do setor, mas também os desafios que precisamos superar”, constatou o presidente da FenaPrevi.

Entre os desafios destacados, Franco citou o envelhecimento acelerado da população, que pressiona os gastos públicos; a necessidade de uma reforma estruturante da Previdência Social pública; a urgência de promover a educação financeira; e a importância de melhorar a comunicação e a distribuição de produtos de seguros de Vida e Previdência Complementar.

Ele também abordou o impacto do mercado de apostas esportivas, as Bet’s, que se tornou a terceira modalidade de “investimento” mais frequente entre os brasileiros. Segundo a consultoria PwC, em 2023 o setor movimentou entre R$ 67,1 bilhões e R$ 97,6 bilhões, quase 1% do PIB, com projeção de chegar a R$ 130 bilhões em 2024. A título de comparação, a arrecadação de Seguros de Pessoas no ano passado foi de R$ 62,5 bilhões e a de seguros de automóvel, R$ 55,7 bilhões.

“Se uma pessoa não possui recursos para contratar um seguro de vida ou uma previdência, como está gastando tanto em apostas? Isso nos faz refletir que o problema da lacuna de proteção não é apenas de renda. Temos um desafio enorme para melhorar a distribuição de nossos produtos e a forma como nos comunicamos com a sociedade”, alertou.

Após a palestra, houve um debate com a participação de Franco e dos presidentes do CSP-MG, João Paulo Moreira de Mello; do SindSeg MG/GO/MT/DF, Andreia Padovani; e do Sincor-MG, Gustavo Bentes. O diretor do CSP-MG, Maurício Tadeu Barros Morais, atuou como moderador.

Ao ser questionado pela presidente do SindSeg sobre como atrair os jovens para os produtos de Previdência e Vida, Franco destacou a necessidade de o setor adaptar-se aos hábitos de consumo atuais e diversificar as faixas etárias entre seus colaboradores. “Precisamos estimular a diversidade etária em nossas empresas para compreender melhor os interesses das novas gerações”

O presidente do CSP-MG, João Paulo Moreira de Mello, reforçou a importância da educação na conscientização da população sobre o planejamento financeiro. “Sou a favor da implementação de noções de educação financeira nas grades curriculares das escolas de ensino médio e nas instituições de ensino superior. Independentemente da profissão, todos precisam entender como se preparar para o futuro e criar reservas financeiras”, concluiu.

 

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